quarta-feira, 11 de maio de 2022

NÃO DOU O SERTÃO NA CAPITAL

O sertão é a terra abençoada

De mais simplicidade e mais beleza

A maior expressão da natureza

É o brilho da noite enluarada

Quando vai terminando a madrugada

Sobre a mata, a aurora desemboca

Cada pássaro afinado se coloca

Para a bela cantata matinal

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


É lugar onde o povo vive bem

Tudo é calmo e não tem poluição

Quem bem pensa não muda do sertão

Para onde sossego ninguém tem

Numa cidade grande  sofre quem

Para esse ambiente se desloca

Pela necessidade que provoca 

Uma realidade surreal

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


O sertão tem o clima seco e quente

Quando chega o inverno tem fartura

É a fonte de toda agricultura

Disso aí sobrevive a sua gente

Mesmo hoje estando diferente

Onde em vez de jumento tem motoca

Mas o agricultor colhe e estoca

Que o produto da roça é natural

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


Onde tem sabiá e colibri

Com seu canto assim que nasce o sol

O cancão, o craúna, o rouxinol

Pintassilgo, azulão e bem-te-vi

Rola "fogo pagô" e juriti

Tem mutuca em lugar de muriçoca

O anzol tem a vara de taboca

E o forró é melhor que carnaval

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


Mote de Nonato Neto

Glosas de Zé Bezerra














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