terça-feira, 28 de abril de 2020

SIMBA E EU (soneto)






















Eu moro com Simba, ele é meu amigo
Nós compartilhamos dessa convivência
Ele entende as frases que sempre lhe digo
É admirável sua inteligência.

Em alguns momentos não tem paciência
E não quer seguir o caminho que sigo
Por ser um garoto na adolescência
Tem vez que ele fica se expondo ao perigo.

Eu sou reservado e fraco de conquista
Ele é avançado, um cara farrista
Sem ver as paqueras não se acostuma.

Enquanto eu sou tímido, ele faz bravatas
É um ricardão,  ama a sete gatas
E eu até aqui não tenho nenhuma.

Autor: Zé Bezerra


sexta-feira, 24 de abril de 2020

SOU A CONSTITUIÇÃO















Querem saber quem eu sou?
Eu sou um cara teimoso
Sou rude, sou odioso
Faço que vou, mas não vou
Só sei que hoje eu estou
Numa alta posição
Não brinquem comigo não
E aos que faltam saber
Eu agora vou dizer:
Sou a Constituição.

Eu era do baixo clero
Lá da Câmara Federal
Mas tornei-me maioral
Hoje eu posso, mando e quero
Comunista não tolero
Esquerdista também não
Sou de Deus, eles do cão
Quem tiver achando ruim
Venha pra cima de mim
Sou a Constituição.

Meu jeito destemperado
Todo dia continua
Em toda força de lua
Eu fico meio aluado
Se faço um discurso errado
Quem me corrige é Mourão
Mas prestem bem atenção
Porque não falo besteira
Que o povo queira ou não queira
Sou a Constituição.

No meu governo moderno
Só eu faço diferença
Esse povo da imprensa
Vá pros quintos do inferno
Eu sei bem como governo
Disso aí não abro mão
Sou antiquado e turrão
Panelaço  não aceito
Isso é falta de respeito
Sou a Constituição.

Quero o desmatamento
Na Amazônia crescendo
Os índios eu não defendo
Esse é um povo nojento
Quero o desenvolvimento
De toda essa região
Garimpo em evolução
Desabe a ecologia
E cresça a economia
Sou a Constituição.

Não pode o Brasil parar
Por causa da pandemia
Morre gente todo dia
Pra isso eu não vou ligar
Interessa é aumentar
O progresso da nação
Gosto de aglomeração
Eu falo sério e não brinco
Que venha outro AI  cinco
Sou a Constituição.

Eu não vou adoecer
De febre, nem de morrinha
Não é qualquer gripezinha
Que me bota pra correr
Se a garganta doer
Não ligo pra isso não
Sou um chefe capitão
E só aos meus eu dou vez
Eu sou quem mando em vocês
Sou a Constituição.

O meu castelo é blindado
Sou rei da cocada preta
Moro, Valeixo e Mandetta
Tudo dançaram vexado
Mandei que fique calado
O trouxa da Educação
Guedez não abra o bocão
Se não vai dançar também
Eu não abro nem pra o trem
Sou a Constituição.

Autor: Zé Bezerra










quinta-feira, 16 de abril de 2020

ELE NÃO FAZ ESCOLHA

Esse vírus por todos é temível
Combatê-lo é expor-se ao naufrágio
Pela velocidade do contágio
Enfrentá-lo é quase impossível
Por ser um inimigo invisível
Não é fácil encarar esse rival
Que já tem um alcance mundial
É enorme o desastre onde ele passa
O "corona" não quer saber de raça
Nem partido e nem classe social.

Com a sua periculosidade
Matou muitos e está matando mais
As maiores potências mundiais
Não tiveram pra ele autoridade
Nos poderes vê-se a fragilidade
Em palácio ou em corte imperial
Para esse inimigo universal
Tanto faz ser elite ou populaça
O "corona" não quer saber de raça
Nem partido e nem classe social.

Ele ataca na aglomeração
Nem um tipo de gente ele respeita
Seja alguém de esquerda ou de direita
Comunista, espírita, ateu, cristão
Jovem, adulto, criança e ancião
Médico, padre, trabalhador braçal
Empresário, juiz e general
Magnata, gari, chofer de praça
O "corona" não quer saber de raça
Nem partido e nem classe social.

Boris Johnson, mandão do Reino Unido
Começou a zombar, foi atacado
Pedro Sánchez sentiu-se amedrontado
Na Espanha foi grande o alarido
Lá na França, Macron viu-se vencido
Ângela Merkel, também ficou igual
Mattarella, na Itália passou mal
Trump e Putin temeram a ameaça
O "corona" não quer saber de raça
Nem partido e nem classe social.

Ao chegar ao Brasil não respeitou
Nem pequenos, nem chefes de poder
Teve alguns que  quiseram estremecer
Mas a fera depressa os adomou
O pacote do Guedes embargou
Gente grande baixou ao hospital
Não ligou para o Bozo, o surreal
Que deixou o Mandetta na mordaça
O "corona" não quer saber de raça
Nem partido e nem classe social.

Autor: Zé Bezerra









sábado, 11 de abril de 2020

NÃO SAIA DE CASA NÃO














O tempo é de pandemia
O vírus vai se alastrando
O povo se infectando
Morre gente todo dia
No começo alguém dizia:
- Isso é só assombração
Nada disso meu irmão
Siga as normas, não descarte
Busque fazer sua parte
Não saia de casa não.

Use de civilidade
Não dê valor ao atraso
Só saia de casa em caso
De extrema necessidade
Não vá andar na cidade
Evite aglomeração
De ninguém aperte a mão
Faça por onde livrar-se
Para não contaminar-se
Não saia de casa não.

Não vá desobedecer
Não pense que é brincadeira
Em casa, a semana inteira
É certo permanecer
Se faltar o que fazer
Procure uma ocupação
Veja a recomendação
Que a OMS faz
Se a vida é o que vale mais
Não saia de casa não.

Mantenha a mente serena
Faça isso pra o seu bem
Pra o bem dos outros também
Essa ação não é pequena
Sabe-se que a quarentena
Causa tédio e frustração
Porque esta reclusão
Pra ninguém não é normal
Mas pra evitar o mal
Não saia de casa não.

À apatia resista
Viva a crise do momento
Mantenha o isolamento
Tenha fé, seja otimista
Do infectologista
Siga a orientação
Não dê a mínima atenção
A quem falar o contrário
Resguarde-se o necessário
Não saia de casa não.

Não vá à churrascaria
Não vá a shopping ou cantina
Não vá ao bar da esquina
Não vá à mercearia
Não vá mais à padaria
Ligue pra trazerem pão
Feira, remédio, carvão
E o gás de cozinhar
Enquanto a crise durar
Não saia de casa não.

Autor: Zé Bezerra



domingo, 5 de abril de 2020

A VIDA É PRIORIDADE






















Qualquer que seja o problema
Que venhamos enfrentar
Deve estar a nossa vida
Sempre em primeiro lugar
A vida é o dom maior
Para o grande ou o menor
Tendo um ano ou cem de idade
Estando intrauterina
Por ser dádiva divina
A vida é prioridade.

Num tempo de pandemia
Levando o mundo a um deslize
Com as nações atingidas
Por uma enorme crise
Situações cruciais
Afetam cada vez mais
Toda a humanidade
Temos consciência disso
Diante de tudo isso
A vida é prioridade.

Nessa guerra contra o vírus
Ações são desenvolvidas
Diuturnamente os médicos
Lutam para salvar vidas
Tudo é feito a cada dia
No auge da pandemia
É alta a letalidade
Devido a forte doença
E nessa batalha imensa
A vida é prioridade.

Vê-se a economia
No mundo quase falida
Porém isso é secundário
Que primeiro está a vida
Ela tem que ser cuidada
Protegida e resguardada
Em qualquer localidade
Portanto, abaixo a ganância
Que em toda circunstância
A vida é prioridade.

Autor: Zé Bezerra