sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

FOLHA SECA (soneto)

















Folha que era verde e amadureceu
Depois ficou seca e no chão caiu
Com tanta leveza isso aconteceu
Que ela escondeu-se e ninguém a viu.

Num piscar de olhos desapareceu
O vento empurrou-a e dali sumiu
Já desgovernada toma o rumo seu
Em novo caminho mesmo assim seguiu.

Folha seca, pobre folha abandonada
Ao sofrer a queda e ficando machucada
É agora a fragmentos resumida

Quem foi verde e deu para a flor o lume
Hoje em frangalhos já virou estrume
Que ajuda a semente germinar a vida.

Autor: Zé Bezerra




domingo, 22 de dezembro de 2019

SEM MÚSICA E SEM POESIA














O que seria do mundo
Sem música e sem poesia
Estariam os humanos
Todos de alma vazia
Sem terem afetividade
E nem sensibilidade
Sem felicidade perto
Só transtorno e agonia
Sem música e sem poesia
O mundo era um deserto.

Não existindo o encanto
Dessas duas artes belas
As nações do universo
Clamavam a falta delas
As festas não existiam
Uns vinham e outros iam
Sem seguirem rumo certo
Nem de noite e nem de dia
Sem música e sem poesia
O mundo era um deserto.

Ficava o nosso planeta
Escuro em todos os lados
Os pássaros dentro das matas
Cantavam desafinados
Não havia diversão
Nem poema,  nem canção
Ninguém estava liberto
De distúrbio e apatia
Sem música e sem poesia
O mundo era um deserto.

Era um lugar esquisito
Sem atração pra ninguém
Todos com baixa autoestima
Não podiam viver bem
Num clima de desconforto
Nesse aspecto vivo morto
O tempo todo coberto
Por uma treva sombria
Sem música e sem poesia
O mundo era um deserto.

Sem concertos, sem saraus
Sem sonetos, sem cordeis
Sem shows e sem festivais
Sem trovas, sem menestreis
Sem cânticos, sem romantismo
Sem sonora, sem lirismo
Sem palco, sem clube aberto
Sem amor, sem alegria
Sem música, sem poesia
O mundo era um deserto.

Autor: Zé Bezerra



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

CALOR HUMANO













Aos outros dê bons exemplos
Mostre cordialidade
Regando todos os dias
O jardim da amizade
Seja pacato e sereno
Com o seu coração pleno
De fé no Deus soberano
Feliz em qualquer lugar
Por onde você passar
Espalhe calor humano.

Aberto para o diálogo
Acolhedor, prestativo
Preservando em sua mente
Pensamento positivo
Nos choros, nas alegrias
Percorrendo as travessias
No labor cotidiano
Mesmo em dias turbulentos
Nos inditosos momentos
Espalhe calor humano.

Em meio aos subterfúgios
E as preocupações
Vá mantendo a sensatez
Nas suas opiniões
Por sua fé em Jesus
Seja para os outros, luz
Cada mês e cada ano
Nos diferentes caminhos
Entre rosas e espinhos
Espalhe calor humano.

Semeie bons sentimentos
Espalhe mais alegria
Semeie boa vontade
Espalhe fé e empatia
Semeie perseverança
Espalhe luz e esperança
Semeie afeto e bom plano
Espalhe o bom humor
Semeie paz e amor
Espalhe calor humano.

Autor: Zé Bezerra



quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

NATAL EM ESTILO CRISTÃO
















Comemorar o Natal
Na linha da cristandade
É ser disposto a viver
A vida em comunidade
Sem individualismo
E aberto à fraternidade.

Com solidariedade
Luz e paz interior
No jardim da alegria
Das plantas colhendo flor
Depois colocando adubos
Nos canteiros do amor.

Em favor de um sofredor
Fazendo uma boa ação
Para um ato caridoso
Nunca fazer restrição
Devendo manter abertas
As portas do coração.

Torna-se a celebração
Puramente natalina
Quando você dar brinquedos
Para menino ou menina
Em alto grau de pobreza
Onde a carência domina.

E se você na esquina
Vê uma pessoa caída
Vai lá, tenta levantá-la
Pra depois de estar erguida
Faz todo esforço para
Reconstruir sua vida.

Quando faz boa acolhida
Sem se negar a servir
Decide de um desvalido
As suas queixas ouvir
Para ver se dele, as dores
Consegue diminuir.

Sendo pronto a repartir
E a quem chama, atender
Dando ocupação àquele
Que não acha o que fazer
 Levando lições de vida
A quem precisa aprender.

Fazer tudo assim é ter
Um momento especial
Em que com boas ações
Corta-se a árvore do mal
Queimando a sua raiz
Pra poder estar feliz
E celebrar o Natal.

Autor: Zé Bezerra

sábado, 7 de dezembro de 2019

VOZ SUFOCADA














A gaiola do pássaro é a cadeia
Que o deixa tristonho e desolado
Começando a cantar desafinado
Encolhido, não voa e não passeia
Por estar melancólico não gorjeia
Até para comer não tem vontade
Sem saber porque estar  por trás da grade
Qual o erro que paga ali sozinho
Sufocada é a voz do passarinho
Que não canta a canção da liberdade.

O canário, o concriz, o sabiá
São encantos da voz da natureza
Na gaiola atrofiam de tristeza
O que mais eles querem ninguém dá
Se um canta de lá outro de cá
De cantar eles têm necessidade
Muito grande é a contrariedade
Para quem saiu livre do seu ninho
Sufocada é a voz do passarinho
Que não canta a canção da liberdade.

Passarinho que estar prisioneiro
Quem o pôs na gaiola é um tirano
É perversa a ação do ser humano
Que mantém uma ave em cativeiro
Uns é para vender, ganhar dinheiro
E não acham  que isso é maldade
Outros sentem a maior felicidade
E jamais vão ter pena do bichinho
Sufocada é a voz do passarinho
Que não canta a canção da liberdade.

Autor: Zé Bezerra