terça-feira, 31 de março de 2009

NOS BASTIDORES DAS CASAS

Nos bastidores das casas
Muitas coisas acontecem
Fatos diversificantes
Em repercussão não crescem
Tudo fica entre as paredes
Os de fora não conhecem.

Há numa casa uma jovem
Que tem aparência bela
Emprega todo o seu tempo
Em internet e novela
Nunca sai, por isso o povo
Não sabe a existência dela.

Em outra há um rapaz
Sempre num quarto trancado
Interagindo por tela
Com alguém do outro lado
Até do povo de casa
Prefere estar isolado.

E a filha única que sofre
Dentro de um apartamento
Cuidando dos pais doentes
Sem ter descanso um momento
Não consegue partilhar
Com ninguém o sofrimento.

Já em outra casa um moço
Com a alma dolorida
Passa a noite sem dormir
Só pensando na querida
Que foi embora e não deu
Mais nenhum sinal de vida.

O casal que à noite tem
Obrigação de brigar
Só faz isso em altas horas
Que é para evitar
A vizinhança de ouvir
E os filhos não acordar.

Quatro paredes também
Estão para abrigar
Aquele ébrio inditoso
Que chega tarde do bar
E a sofredora esposa
Em silêncio, o deixa entrar.

Em algumas moradias
Surgem lamentáveis fatos
Ocultamente acontecem
Humilhações e maus-tratos
Roubos, assaltos, torturas
Suicídios, assassinatos.

Mas há casa em que o bem
É jardim cheio de flor
Predomina o amor mútuo
Reina a paz interior
Em surdina há belas cenas
Apaixonantes de amor.

Assim são os bastidores
Das moradas das pessoas
Se o bem nas famílias fosse
Reino de muitas coroas
Imperando os querubins
Sumiam as coisas ruins
Só havia coisas boas.



Autor: Zé Bezerra

domingo, 22 de março de 2009

SEM ÁGUA NÃO HÁ VIDA

Este 22 de março
Pela ONU decretado
Dia Mundial da Água
Deve ser comemorado
Com muita divulgação
A conscientização
Precisa ser expandida
Para a água ser mantida
Mais pura e que não acabe
Já que todo mundo sabe
Que sem água não há vida.

O solvente universal
A todos indispensável
Esse precioso bem
Para a vida é sustentável
Mas por muitos mal usada
É sempre disperdiçada
Estragada e poluída
Com muitos rios morrendo
Quem causa isso é sabendo
Que sem água não há vida.

Corre risco de escassez
No mundo a água potável
Porque é manipulada
De maneira irresponsável
Vê-se com constrangimento
Crise de abastecimento
Água mal distribuída
E de qualidade ruim
Não devia ser assim
Que sem água não há vida.

Deve a água ser usada
Com racionalidade
Ser por todos preservada
Em qualquer localidade
E a água de beber
Bem tratada deve ser
Antes de ser consumida
Para a saúde convém
Usemos bem esse bem
Que sem água não há vida.

quinta-feira, 19 de março de 2009

ESMOLA PRA SÃO JOSÉ

Tem certas coisas seu moço
Que de bom gosto eu não faço
É dá esmola a quem pede
Com santo embaixo do braço.

Pois eu acho que os santos
Não tem muita precisão
Afinal eu nunca vi
Um santo comer feijão.

Mas por arte de pecado
Ou por minha pouca fé
Todo dia lá em casa
Passa um velho andando a pé
Por sinal muito feliz
Chega em minha porta e diz
Esmola pra São José!

E o diabo da mulher
Que é muito da alcoviteira
Nunca vi uma mulher
Que não seja rezadeira
Adquire um tanto ou quanto
Corre vai dá ao santo
Pra o velho fazer a feira.

Muitas vezes logo cedinho
Se eu vou tomar o café
Quando dou fé o grito
Esmola pra São José!

Isto foi me enchendo o saco
Cada dia enchendo mais
Um dia cheguei em casa
Com a braguilha pra trás.

Sentei num sepo de pau
Tomei uma de rapé
E ouvi a voz lá na porta
Esmola pra São José!

E para dar a esmola
A mulher se remexeu
Mas eu lhe gritei não vá
Pois quem vai hoje sou eu.

Quando eu cheguei na porta
O velho teve um espanto
E eu disse vá trabalhar
Que eu não dou esmola a santo.

Troque o santo numa enxada
Deixe de ser preguiçoso
Pois santo não quer esmola
Deixe de ser presunçoso.

O velho me olhou e disse:
- Que São José te perdoe
E se Deus tiver ouvindo
Quero que ele te abençoe.

E que cubra tua casa
De paz, amor, união
Sossego, prosperidade
Conforto e compreensão.

E se um dia o senhor
Precisar deste velhinho
Ele não mora tão perto
E eu lhe ensino o caminho.

Fica no sítio Cauã
Onde já morou meu pai
A direita de quem vem
A esquerda de quem vai.

Se um dia o senhor passar
Por ali com precisão
De fome o senhor não morre
Também não dorme no chão.

Quando o velho disse aquilo
Eu senti naquele instante
Como se eu fosse uma formiga
Sob os pés de um elefante.

Tava com as pernas tremendo
Digo e não peço segredo
Que o velho deu-me uma pisa
Sem me tocar com o dedo.

Eu com tanta ignorância
Ele tanta mansidão
Fez eu pagar muito caro
A falta de educação.

Então naquele momento
Eu gritei por Salomé
Mandei trazer pra o velhinho
Uma xícara de café
E contando a grana minha
Só vinte reais eu tinha
Dei todinho a São José.

Autor: Zé Laurentino
(OBS.: Houve algumas modificações na linguagem por se tratar de um poema matuto.)

sábado, 14 de março de 2009

EXALTAÇÃO À POESIA

És a deusa sublime encantadora
Das cabeças pensantes, predileta
Magnânima vertente inspiradora
Acalanto dos sonhos do poeta.

És um fogo que queima a todo instante
Aguçando a criatividade
Produzindo um calor energizante
Que aquece a sensibilidade.

Arte bela, arte pura e expoente
Dos segredos da imaginação
Sensação virtual que a alma sente
No enlevo febril da inspiração.

O encanto da poesia engrandece
A qualquer reação de um sentimento
A sua sensação restabelece
O vazio amargor do sofrimento.

Sem ela não se tinha descoberto
A música, a sonora, a melodia
O mundo era mais seco que um deserto
Se ninguém cultivasse a poesia.

Pois se não existisse a poesia
Essa raça humana era carente
A ciência no mundo não crescia
Não havia ninguém inteligente.

Santa musa impoluta que define
Os infindos enigmas do porvir
Mesmo que todo o cosmo se termine
Ela continuará a existir.

Autor: Zé Bezerra

domingo, 8 de março de 2009

O BESOURÃO DE FERRO

Dia primeiro de março
Foi de fato e de direito
Em Patu houve de novo
Eleição para prefeito
Várias polícias vieram
Dar tranquilidade ao pleito.

Uma viatura aérea
Foi a grande novidade
Um helicóptero das forças
Da segurança, é verdade
Já no dia anterior
Sobrevoava a cidade.

Ao fazer os sobrevoos
Prestando um grande serviço
O povo que aqui não é
Acostumado com isso
Saiu às ruas pra vê-lo
E era grande o rebuliço.

Gente de várias idades
Saía em disparada
Velhas tremendo de medo
Tropeçavam na calçada
Enquanto muitas crianças
Choravam com a zoada.

Durante esses dois dias
De ruas movimentadas
Se as cozinhas ficaram
Quase que abandonadas
Houve como resultado
Muitas comidas queimadas.

Em meio a esse clima
De barulho e alvoroço
Para um casal de idosos
O aperreio foi grosso
Ela amarelou e ele
Deu na barriga um destroço.

Trata-se de Dona Alice
E Seu Pedro Milanês
Ela com oitenta anos
Ele com oitenta e três
E esse tal de helicóptero
Viram a primeira vez.

Pedro escutou um barulho
Que vinha se aproximando
Disse: – Alice se prepare
O mundo tá estrondando
E parece que a serra
De Patu vem desabando.

Olhando pela janela
Avistaram afinal
Aquele bicho voando
Com um barulho infernal
Alice quase desmaia
E foi parar no hospital.

E depois de medicada
Ela pra casa voltava
Pedro que tinha ficado
Já destemperado estava
Com disenteria forte
Quase não se segurava.

No outro dia os dois
Tinham pequena melhora
Fizeram preces a Deus
Rogaram a Nossa Senhora
Para aquela fera horrível
Voar pra longe, indo embora.

Seu Pedro achava que fosse
Manobras de Belzebu
Já Dona Alice julgava
Vendo aquele sururu
Que era Deus castigando
O povo ruim de Patu.

Sobre o helicóptero, eles
Não tiveram explicação
Viram o bicho de ferro
Disseram: – É um besourão
Que é muito parecido
Com o “cavalo do cão”.

Sem saber nada de “etê”
Nem de disco voador
Disse o velho: – Se ele voa
É um anjo tentador
Disse a velha: – É o demônio
Que tentou Nosso Senhor.

Finalizando a polícia
A missão especial
Foi então que o helicóptero
Retornou à Capital
E a população voltou
Ao dia-a-dia normal.

Já em plena calmaria
Pedro diz: – Como eu sofri
Estando forte e sadio
De repente adoeci
Alice diz: – Nos dois dias
Não comi e nem dormi.

Por fim os dois suplicaram:
– Ó Deus Pai onipotente
Fazei que esse besourão
Vá pra outro continente
E nunca mais venha aqui
Tirar o sossego da gente.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Autor: Zé Bezerra

sábado, 7 de março de 2009

TIRO O CHAPÉU PRA MULHER

A cada dia evolui
Na mulher sua grandeza
É ser nobre que possui
Inteligência e beleza
Conforme a realidade
Tem a sensibilidade
De agir como puder
Por ser amada e amante
E ter coração vibrante
TIRO O CHAPÉU PRA MULHER.

Tem a marca registrada
Do carinho e do amor
Obra prima modelada
Pelas mãos do Criador
Homem e mulher são feitos
Com deveres e direitos
Bem iguais como Deus quer
Por ela ser escolhida
Pra ser guardiã da vida
TIRO O CHAPÉU PRA MULHER.

Pela mulher que é roceira
E luta de sol a sol
A doméstica, a lavadeira
E juíza de futebol
A mãe de filhos sem pai
Que cedo de casa sai
Para um trabalho qualquer
A fim de ter um sustento
Pela garra e sofrimento
TIRO O CHAPÉU PRA MULHER.

Em muitos ramos é craque
Com talento e visão crítica
Cada vez mais é destaque
Nas artes e na política
E a mulher professora
Essa é merecedora
Do melhor título que houver
No ventre, a vida ela traz
Por tudo que é e faz
TIRO O CHAPÉU PRA MULHER.

Autor: Zé Bezerra

domingo, 1 de março de 2009

QUANDO TIVER CONCORRENTE / A TIM MELHORA O SERVIÇO

Pouco tempo faz que a TIM
Chegou à nossa cidade
Era a boa novidade
Que se esperava enfim
Porém não foi bem assim
Ninguém não pensava nisso
Que a TIM fizesse isso
Desgostando muita gente
Quando tiver concorrente
A TIM melhora o serviço.

Quando outra companhia
Vier para concorrer
A TIM poderá fazer
Bom trabalho todo dia
Mantendo a telefonia
Com cuidado e compromisso
Dando um basta em tudo isso
Que ocorre atualmente
Quando tiver concorrente
A TIM melhora o serviço.


Os celulares estão
Vez por outra emudecidos
Os transtornos são sentidos
Por toda a população
Há muita reclamação
Por esse descompromisso
O povo não gosta disso
Quer trabalho eficiente
Quando tiver concorrente
A TIM melhora o serviço.

Quando houver competição
O descaso vai ter fim
Aqui em Patu a TIM
Terá boa atuação
Aumentará promoção
Porque o povo quer isso
O seu maior compromisso
Vai ser servir toda a gente
Quando tiver concorrente
A TIM melhora o serviço.


Autor: Zé Bezerra