sábado, 30 de janeiro de 2021

CORAÇÃO: PORTAS INVERSAS













O coração é um cofre

Que em todos os momentos

Pode guardar sentimentos

Pra isso sempre desperta

E aquele que o bem guardar

Pode se denominar

Coração de porta aberta.


No entanto, há coração

Que traz em si a desdita

Porque no seu íntimo habita

Somente o que desagrada

Tomado de arrogância

É por transpirar ganância

Coração porta fechada.


O coração que é fraterno

Está cheio de alegria

De ternura e empatia

Ama na medida certa

Na alegria e na dor

É por ser cheio de amor

Coração de porta aberta.


Mas há do lado contrário

Coração seco e maldoso

Odiento, rancoroso

Tipo uma fera enraivada

Que não sabe querer bem

Quem possui um assim tem

Coração porta fechada.


Coração que hospeda amor

Possui afeto e ternura

Tem meiguice, tem doçura

Estando sempre alerta

Para amar o tempo inteiro

Esse é o verdadeiro

Coração de porta aberta.


Porque bem e mal existem

Os corações são assim

Tem o bom, tem o ruim

Um tem porta escancarada

Esse é de carne e só ama

O de pedra, a gente chama

Coração porta fechada.


Autor: Zé Bezerra








domingo, 24 de janeiro de 2021

SEIS ANOS DA APLA













Faz seis anos que a APLA foi fundada

Importantes são seus objetivos

Periodicamente em bons arquivos

A história vai sendo registrada

Da associação estruturada

Com seu  protagonismo e maestria

Que quer ser da cultura a alquimia

Isso afirma em discursos e apartes

Nos pilares das letras e das artes 

Fundamenta-se nossa academia.


Acadêmicos, são hoje vinte e três

Sendo trinta cadeiras franqueadas

Faltam sete pra serem ocupadas

Certamente alguém espera a vez

Se de anos a APLA já tem seis

Nas ações apresenta autonomia

Empenhando-se pela garantia

De uma cultura livre sem descartes

Nos pilares das letras e das artes

Fundamenta-se nossa academia.


Apoiando artesãos e sanfoneiros

Escritores, pintores, folcloristas

Dançarinos, cantores, cordelistas

Coreógrafos, escultores, violeiros

Jornalistas, atores, cancioneiros

Os poetas no afã da poesia

Circenses e quem faz dramaturgia

Os que são da cultura baluartes

Nos pilares das letras e das artes

Fundamenta-se nossa academia.


Autor: Zé Bezerra




terça-feira, 19 de janeiro de 2021

VALE MAIS ESPERANÇAR











Esperar passivamente

Pelo que pode surgir

Se vai vir, se não vai vir

A gente fica a pensar

E o tempo vai passando

Não fique só esperando

Mais vale é esperançar.


A esperança consiste

Ter a expectativa

Mas pra ser mais positiva

Essa forma de esperar

É bom aguardar lutando

Não fique só esperando 

Mais vale é esperançar.


Esperançar é agir

Não é só olhar de fora

É estar fazendo a hora

Pra o resultado alcançar

Mãos na massa colocando

Não fique só esperando 

Mais vale é esperançar.


Como num toque de mágica

As coisas não acontecem

Pelos sinais que aparecem

De algo que vai chegar

Alguns passos vamos dando

Não fique só esperando

Mais vale é esperançar.


Quem espera sempre alcança

Esse é um velho ditado

Porém esperar sentado

É comodismo vulgar

Que vai se consolidando

Não fique só esperando

Mais vale é esperançar.


Autor: Zé Bezerra







 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

NORDESTINO, MATUTO E SERTANEJO












Sou feliz em ser filho do sertão

Lá no pé de uma serra ter nascido

Num lugar muito pobre ter crescido

Era a roça, o lugar de ocupação

E no mês que havia diversão

O forró pé de serra era o festejo

Na enxada era firme no manejo

Só voltava do campo, o sol a pino

Sinto orgulho de ser um nordestino

Pele grossa, matuto e sertanejo.


Muita honra me faz ser lá do mato

Duma brenha esquisita na quebrada

Uma casa de taipa esburacada

Da pobreza extrema era o retrato 

Só aos vinte de idade usei sapato

Imagine o tamanho do meu desejo

Pelo retrovisor da vida eu vejo

Vários filmes do tempo de menino

Sinto orgulho de ser um nordestino

Pele grossa, matuto e sertanejo.


Todo dia levanto à madrugada

Em seguida já lavo cada pote

Num galão pendurado no cangote

Da cacimba, a água é transportada

Minha nega também já acordada

Faz café com cuscuz, só não tem queijo

Bebo, como e não fica nem sobejo

Que engrosse a lavagem do suíno

Sinto orgulho de ser um nordestino

Pele grossa, matuto e sertanejo.


Acho bom minha pele ser tostada

É sinal que no campo a vida é dura

Mesmo tendo desprezo, a agricultura

Minha roça bem cedo, ela é plantada

É no tôco, não tem terra cortada

Na enxada sou bamba no traquejo

Se o ano for seco, o meu desejo

É sofrer e chorar igual menino

Sinto orgulho de ser um nordestino

Pele grossa, matuto e sertanejo.


Autor: Zé Bezerra




sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

AUTODETERMINAÇÃO










Com as minhas atitudes

Para todos me apresento

Agindo em conformidade

Com o meu comportamento

Busco na hora que penso

Evitar o contrassenso

Quando decidido estou

É que planejo as ações

Pelas minhas decisões

Eu determino quem sou.


A performance, o perfil

Identificam meu ser

Se sou prudente e sensato

Já aprendi a viver

Porém se sou desleixado

Vivo desorganizado

Sem saber pra onde vou

Desconheço as direções

Pelas minhas decisões

Eu determino quem sou.


Sendo um sujeito imaturo

Insensato, alienado

Sem preocupar-se em 

Seguir no caminho errado

Sem ligar esforços gastos

Com resultados nefastos

De um barco que afundou

Nas ondas das ilusões

Pela minhas decisões

Eu determino quem sou.


Vivendo a cidadania

Preservando a liberdade

Pelos efeitos da ética

Priorizando a verdade

Nesse papel consciente

Querendo o tempo presente 

Melhor que o que passou

Com mais paz nos corações

Pelas minhas decisões

Eu determino quem sou.


Autor: Zé Bezerra