sábado, 30 de janeiro de 2010

DIÁLOGO DE COMADRES

Oh, comadre Severina
Como vai a meninada?

Estão todos estudando?

Não está faltando nada?

Estão mesmo aprendendo?

A turma é interessada?


Olá, comadre Tereza

A meninada vai bem

Só tem nove na escola

Os outros seis, não convém

Porque eles são tapados

Não aprendem com ninguém.


É comadre, na verdade

Lá tem gente pra valer

E os nove que estudam

Já aprenderam a ler?

E por que será que os seis

Não tem jeito de aprender?


Veja comadre Tereza

Eu nem sei lhe explicar

Os que estão na escola

Gostam muito de faltar

E os outros babaquaras

Não são gente de estudar.


Pois eu comadre, também

Tenho boa quantidade

De filhos, e todos estudam

Com responsabilidade

Veja bem, a minha moça

Já está na Faculdade.


Eu sei comadre Tereza

Que você tem muita sorte

Lá em casa é diferente

O desmantelo é de morte

A bagunça é tão medonha

Eu não vejo quem suporte.


Mas comadre Severina

Não é só a sorte não

Nós temos que dar aos filhos

Uma boa formação

Fazendo tudo pra que

Eles tenham educação.


Eu sei, comadre Tereza

Mas minha realidade

É muito bem diferente

Quer que eu diga uma verdade?

Meus filhos vão à escola

No dia que têm vontade!

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Mas não é assim comadre
A gente tem que lutar

E o estudo dos filhos

Temos que acompanhar

Para que eles aprendam

E possam se educar.


Você fala assim porque

Sua moça é boazinha

Os seus meninos são calmos

Ninguém sai fora da linha

Mas ai se você tivesse

Uma corja como a minha.


Mas nisso tudo comadre

Tem muita coisa por trás

Se os filhos não obedecem

Grande culpa está nos pais

Sei que você e o compadre

São descuidados de mais.


Olha comadre Tereza

Isso não é bem assim

A nossa prole é um peso

Pra Bastião e pra mim

Cada um que se defenda

De uma cambada ruim.


Comadre, sua desculpa

Nunca vai me convencer

Criando bem nossos filhos

Dando a eles o saber

Com certeza no futuro

Boa gente eles vão ser.


Comadre, com sua idéia

Eu não posso concordar

Só aprende quem tiver

Vontade de estudar

Só a escola é responsável

Nessa questão de educar.


Não, comadre Severina

Falar assim não convém

Sei que à Escola compete

Educar, ensinar bem.

Mas precisa que os pais

Ajudem nisso também.


A comadre Severina

Tem fraca compreensão

Já a comadre Tereza

Usa de boa noção

Pois entre escola e família

Deve haver integração

Ambas devem caminhar

Numa mesma direção

Numa batalha constante

Por melhor educação.

Autor: Zé Bezerra

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

TEMPOS PÒS-MODERNOS

Nesse tempo de pós-modernidade
Essas transformações diariamente
Com seus novos costumes vão formando
Uma sociedade diferente.

No entanto, seria importante
Que o povo na pós-modernidade
Realmente pudesse então viver
Uma vida de boa qualidade.

Era bom se o homem pós-moderno
Cultivasse a paz e a união
Também fosse um ser politizado
Com postura de digno cidadão.

Ah! se todo o aparato de invenções
Regulasse esse mundo suicida
E os avanços da tecnologia
Fossem prioridade em prol da vida.

Se a sociedade diferente
Respeitasse o valor de cada um
Despertando no homem a consciência
Pra viver promovendo o bem comum.

Se a pós-modernidade das políticas
Combatesse o mal que a tudo imperra
E fizesse cair pela metade
A miséria no mundo, a fome, a guerra
Só assim começava a existir
Um pedaço do céu aqui na terra.


Autor: Zé Bezerra

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A PASTORAL DA CRIANÇA SEM ZILDA ARNS




A doutora Zilda Arns
A médica sanitarista
Que das crianças carentes
Era especialista
No Brasil foi pioneira
Levando a nação inteira
Amor, paz e esperança
Veio agora falecer
Sem ela como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.

Zilda Arns no momento
Estava longe daqui
Foi vítima de um terremoto
Que houve no Haiti
Ali liquidou-se a vida
Dessa mulher tão querida
Essa grande liderança
Só o bem soube fazer
Sem ela como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.

Muitos milhões de crianças
Sempre foram assistidas
Pela pastoral que cuida
De crianças desnutridas
Trabalhos interessantes
Feitos com as mães gestantes
Dando apoio e segurança
Até o bebê nascer
Sem Zilda como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.

Essa pastoral que foi
Por Zilda Arns criada
Quase em todas as cidades
Do Brasil foi implantada
Dando à criança sofrida
Mais qualidade de vida
No crescimento mudança
Por mais saúde obter
Sem ela como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.

Mulher forte e de renome
Até internacional
Sem esperar recebeu
Da morte o golpe fatal
A sua autêntica missão
Sofreu interrupção
Hoje sua semelhança
Fica difícil alguém ter
Sem Zilda como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.

Está órfã a pastoral
Como tudo ficará?
Com a partida de Zilda
Quem a coordenará
Quem poderá assumir
Quem for substituir
Essa grande liderança
Terá muito o que fazer
Sem ela como vai ser
A PASTORAL DA CRIANÇA.


Autor: Zé Bezerra

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MULHER NUNCA MAIS




Nosso foco dessa vez
É Caetano e Rosana
Um casal desentendido
Dessa região serrana
Que nunca viveu em paz
Nem sequer uma semana.

Desse casal era péssimo
O relacionamento
Mas só após cinco anos
De um clima turbulento
Foi que os dois decidiram
Dar um fim ao casamento.

A vida a dois era como
A sequidão do deserto
O amor nunca existiu
Nada entre os dois deu certo
E Caetano de Rosana
Nunca pode chegar perto.

Debaixo do mesmo teto
Viviam mal humorados
As brigas eram constantes
Estavam sempre intrigados
Nem sequer comiam juntos
Só dormiam separados.

Rosana ameaçava
Por um fim nessa questão
Dizia que aquela vida
Não suportava mais não
Mas Caetano dizia
- Não quero separação.

Assim nesse descompasso
Eles iam convivendo
Caetano um certo dia
Impaciente sofrendo
Notou que Rosana estava
Com a barriga crescendo.

Assustado em desespero
Gritou, berrou dessa vez
Chorou e disse: - Rosana
O que foi que você fez?
Ela falou: - Completei
Três meses de gravidez.

Em prantos ele exclamava
- O que é que eu faço agora!
Rosana como uma fera
Expulsou-o sem demora
Dizendo: - Saia seu traste!
Suma daqui, vá embora!

Caetano atordoado
Com essa situação
Saiu e ficou chorando
Escorado no portão
Quando de repente viu
Entrar na casa um “negão”.

Viu Rosana o abraçando
E os dois entrando no quarto
Nessa hora ele sentiu
Uma dor como a do parto
Seu coração agitou-se
Quase acontece um infarto.

E com o passar das horas
Foi diminuindo a dor
Mas ele sem saber como
Suportar aquele horror
Com Rosana e o amante
No quarto fazendo amor.

Já eram onze da noite
Do quarto, o “negão” saiu
Com a cara de deboche
Pra Caetano sorriu
E ele muito abatido
Viu isso e fez que não viu.

Depois Rosana saía
Esquisita e assanhada
E disse: - Macho imprestável
Você é página virada
Já vi que você só serve
Pra levar chifre e mais nada.

Caetano disse a ela:
- Por favor, deixe eu ficar
Ainda não vi motivos
Pra gente se separar
Essas grosserias suas
Estou pronto a perdoar.

Rosana esbravejou:
- Oh, corno do Satanás
Estou grávida do Rogério
Homem que me satisfaz
Vá pro inferno seu trouxa
Não pise aqui nunca mais.

Depois disso Caetano
Começou a refletir
Contra a fúria de Rosana
Era perdido insistir
Saiu dali e passou
Várias noites sem dormir.

Quase não se alimentava
Ficou fraco e deprimido
Com a barba muito grande
E o cabelo comprido
Isolou-se das pessoas
Parecendo um foragido.

Depois de um ano e meio
Voltou à casa dos pais
Aos poucos foi superando
Os seus dramas cruciais
Hoje revoltado exclama:
- Elas são todas iguais
Enquanto vida eu tiver
Mulher, só a mãe Ester
Nunca mais quero mulher
Para sempre, nunca mais!


Autor: Zé Bezerra