sexta-feira, 29 de maio de 2009
BENTO NA MIRA DO PISO
Da rede municipal
É sua área de ensino
O nível fundamental
Tem na vida um grande sonho
Melhorar seu capital.
Devido ganhar tão pouco
Sente muita frustração
Mas agora chega o Piso
E ele tem a impressão
Que vai financeiramente
Melhorar de condição.
Bento está otimista
Até promessa já fez
Com grande expectativa
Está aguardando a vez
De passar a receber
Mais de mil reais por mês.
Será a partir de agosto
Mas Bento já se ufana
A sua ansiedade
Aumenta a cada semana
E ele não vê a hora
De por a mão nessa grana.
Mas nessa espera ele teve
Arriscada opinião
De começar fazer compras
Com certa antecipação
Com isso está passando
O pé adiante da mão.
Sem precisar dar entrada
Ele uma moto comprou
Pagá-la em sessenta meses
Logo o contrato assinou
Também a prazo, um relógio
De outra loja levou.
Uma TV tela plana
Comprou pra depois pagar
Um aparelho de som
Uma máquina de lavar
E outros móveis da casa
Começou a renovar.
Comprou armário e sofás
Cama nova com colchão
Um guarda-roupa, uma estante
Um gelágua e um fogão
E ainda um computador
Tudo isso a prestação.
Vexou-se em adquirir
Uma câmera digital
Trocou o celular velho
Num multifuncional
Comprou a um crediarista
Duas colchas de casal.
São tantas as prestações
De esquentar o juízo
Há dúvidas se vai dar certo
Sem ninguém ter prejuízo
Bento quer ter capital
Só que se preparou mal
Para receber o Piso.
Autor: Zé Bezerra
domingo, 24 de maio de 2009
KASSINHA, ANTES E DEPOIS DO PISO
O foco da criação
Destes versos neste dia
É Kassinha, a professora
Que descontente vivia
Por ter que dar suas aulas
Ganhando uma mixaria.
Kassinha desanimada
Num "faz-de-conta" atuava
Só chegava atrasada
Mais cedo, a turma soltava
E quase toda semana
Mais de um dia faltava.
Era aquela professora
Fraca e desinteressada
Não motivava os alunos
A bagunça era pesada
E no final do período
Ninguém aprendia nada.
Os pais a denunciavam
Por falta de compromisso
A diretora insistia
Pra ela mostrar serviço
Mas Kassinha indiferente
Pouco ligava pra isso.
Dizia: “Pouco me importa
Que alguém ache ruim
Sei que não produzo nada
Todos reclamam de mim
Mas a migalha que ganho
Só dá pra fazer assim.”
Mas o Piso Nacional
Em boa hora chegou
Com ele, a professora
Já se beneficiou
E de um dia pra outro
Kassinha se transformou.
Agora diminuíram
Na sua vida, os lamentos
Ela que só recebia
Pouco mais de quatrocentos
Passou a ter um salário
De quase mil e duzentos.
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Kassinha agora está
Cheia de motivação
Ensinando com bom gosto
Dá carinho e atenção
Os alunos já notaram
A sua transformação.
De um curso de formação
Ela está participando
As inovações que aprende
Na classe está aplicando
E a qualidade do ensino
Aos poucos vai melhorando.
É por de mais responsável
Nada é difícil pra ela
Planeja bem suas aulas
Só otimismo revela
E seus alunos adoram
Assistir as aulas dela.
Diariamente ela tem
Uma preocupação
De inovar os seus métodos
Para haver mais atração
Com recursos eletrônicos
Jogos, dramatização.
Além de ter autoestima
Está feliz e ativa
Não falta um dia de aula
E o que mais lhe motiva
É ver os alunos dando
A resposta positiva.
Aquela professorinha
Que antes nada fazia
Ficava enrolando o tempo
Ninguém com ela aprendia
Depois do Piso é destaque
Em sua escola hoje em dia.
O exemplo de Kassinha
Não é um fato isolado
Professor que ganha mal
Não dá conta do recado
Passando a ganhar melhor
Ele fica estimulado
Se comprometendo mais
E o trabalho que faz
Dará melhor resultado.
A NATUREZA OFENDIDA
O mar solta seus bramidos
Há muitos bosques sem flores
Muitos rios poluídos
O clima desajustado
Deixa o mundo apavorado
Muitos pedindo clemência
Num tormento que intimida
A natureza ofendida
Reage com violência.
Tornados e terremotos
Secas e inundações
Tempestades, maremotos
Incêndios e furacões
Nos mais diversos quadrantes
As tragédias são constantes
O planeta tem carência
De revigorar a vida
A natureza ofendida
Reage com violência.
Nas obras do soberano
É grande a devastação
Só porque o ser humano
Faz muita destruição
Suja, incendeia e desmata
Polui, envenena e mata
Sem pensar na consequência
E no mal que causa à vida
A natureza embrutece
Deixa o mundo em polvorosa
Em certas horas parece
Uma fera perigosa
Fenômenos indescretíveis
De consequências terríveis
Surgem dela com frequência
Por estar enfurecida
A natureza ofendida
Reage com violência.
Tomara meu Deus que um dia
O homem reflita e mude
Entenda a ecologia
Ame a vida e a saúde
Liberte-se da ganância
Vença sua ignorância
Use sua inteligência
Para promover a vida
A natureza ofendida
Reage com violência.
Autor: Zé Bezerra
sábado, 23 de maio de 2009
INCLUIR SEM PRECONCEITO
E sabe a realidade
Vê que a deficiência
Não é incapacidade
Em certas ocasiões
Só pela força dos dons
Um cego canta perfeito
Toca bem, sabe dançar
E alerta para se dar
Um basta no preconceito.
Demonstrar fraternidade
Para o deficiente
É aceitá-lo, incluí-lo
Pra viver socialmente
Devendo ser bem tratado
E por todos respeitado
Igual a gente sadia
Todos devem entender
Ele merece viver
A sua cidadania.
Se alguém é excluído
Porque é deficiente
É vítima de quem pratica
Tal ato tão indecente
Quem faz isso é bom que vá
Refletir e vê que está
Praticando um grande mal
Para isso ter um fim
Dê as pessoas assim
Atenção especial.
Toda pessoa sadia
Deve ter a consciência
Para amar e respeitar
Quem possui deficiência
Que bem tratado, se alegra
Se anima e se integra
Não recua, se aproxima
Da vida em sociedade
Encontra a felicidade
E adquire autoestima.
Vejam Clodoaldo Silva
Paraplégico campeão
Várias medalhas de ouro
Já ganhou em natação
Outros exemplos existem
De pessoas que persistem
De norte a sul do país
Que mesmo estando em fracasso
Lutam e buscam espaço
Para uma vida feliz.
Autor: Zé Bezerra
sexta-feira, 22 de maio de 2009
VIOLÊNCIA SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Acontece com frequência
Essa grave violência
No mundo é um grande mal
Adolescentes, crianças
Perdem suas esperanças
Quando assim são agredidas
Sendo as vítimas mais frequentes
Crianças e adolescentes
Precisam ser protegidas.
Precisa haver no Brasil
Um combate mais geral
À violência sexual
Infantil e Juvenil
Sociedade organizada
Precisa estar antenada
A essa situação
Combatendo a cada dia
O tráfico, a pornografia
Estupro e exploração.
É direito da criança
Também do adolescente
Ter vida digna decente
Com apoio e segurança
Se tem defesa legítima
Não deve estar sendo vítima
De um tarado anormal
Que lhe provoca tormento
Pelo brusco sofrimento
Da violência sexual.
Direitos fundamentais
O Estatuto assegura
A Lei é clara e procura
Dar garantias legais
Porém o que acontece
Muita gente não conhece
Desse estatuto os efeitos
Por isso há tanta criança
No mar da desesperança
Sem saber dos seus direitos.
Os Conselhos Tutelares
O Juizado da Infância
Não devem medir distância
Fazendo chegar aos lares
Daqueles adolescentes
E de crianças carentes
Proteção especial
Defendendo-os com urgência
Dos atos de violência
E de abuso sexual.
Outros devem se envolver
Como as instituições
Escolas, religiões
Os que estão no poder
Militares e civis
Do norte ao sul do país
Toda a sociedade
Denuncie em alta voz
Enfim é de todos nós
A responsabilidade.
Autor: Zé Bezerra
domingo, 10 de maio de 2009
MÃE: GUARDIÃ DA VIDA
Um ser que irá nascer
Dentro dela vai crescer
E todo afeto recebe
Assim que ela percebe
Que o fato se consolida
Quando sente que engravida
Emocionada revela
Porque já sabe que ela
É a guardiã da vida.
No seu ventre, o embrião
É a semente plantada
Que após ser fecundada
Vai tendo transformação
Durante a gestação
A mãe se sente abatida
Com a barriga crescida
Cansaço e enjoo sente
Porque daí para frente
É a guardiã da vida.
Por nove meses conduz
O filho em suas entranhas
Sente contrações tamanhas
Já prestes a dar a luz
A dor do parto traduz
A chegada inesquecida
Do ser que faz investida
Para no mundo viver
E ela ali com prazer
É a guardiã da vida.
Agora tem que cuidar
Desse ser recém-nascido
Tão frágil, mas tão querido
Que ela quer tanto amar
Cuidando de amamentar
Por seis meses em seguida
Incorpora à sua lida
Prazeres e sofrimentos
Que em todos os momentos
É a guardiã da vida.
Para onde ela for
No lugar que estiver
A mãe é sempre a mulher
Mais revestida de amor
Na alegria e na dor
Está pronta e decidida
Se acaso for ofendida
Com ternura ela perdoa
Que mãe carinhosa e boa
É a guardiã da vida.
É atriz protagonista
É a mestra titular
É a rainha do lar
É a principal da lista
É artesã e artista
É a dama preferida
É uma joia polida
É um brilhante bem caro
É da família o amparo
É a guardiã da vida.
Autor: Zé Bezerra
quinta-feira, 7 de maio de 2009
DINA NÃO TOMA VACINA
Mais conhecida por Dina
Com sessenta e oito anos
Essa mulher nordestina
Mostra vários argumentos
Para não tomar vacina.
Segundo ela, a gripe
Não é como meningite
Nem aftosa no gado
Nem poliomielite
Ela só dá com o tempo
Não há vacina que evite.
Ela também explicou
Que a sogra de Dorgival
Tomou vacina pra gripe
Teve febre, passou mal
E ficou dezoito dias
Gripada no hospital.
Contou que seu Argemiro
Assim que foi vacinado
Adoeceu de virose
Passou um mês internado
Teve uma tosse tão forte
Que o pulmão ficou manchado.
E a velha Maria Antônia
Uma cunhada de Dina
Adoeceu de repente
Quando tomou a vacina
Parece que a coitada
Está com a gripe suína.
Dina ainda denuncia
Que seu primo Zé Cardoso
Ao vacinar-se pegou
Um bronquite perigoso
Tossiu tanto que findou
Morrendo tuberculoso.
Depois disse o que se deu
Com a sua tia Joana
De oitenta e cinco anos
Dançava e bebia cana
Só foi tomar a vacina
Morreu na outra semana.
Concluindo o seu relato
Ela afirma revoltada
Que esta vacina é
Uma estratégia malvada
Para o governo aos poucos
Dá um fim na velharada.
Caro leitor não se assuste
Preste atenção, veja bem
Tudo o que Dina falou
Não amedronta ninguém
Que ela é ignorante
E mente muito também.
Nada disso foi verdade
Você pode confiar
Quem tem de sessenta acima
Deve a vacina tomar
E nas mentiras de Dina
Não dá para acreditar.
Pode alguém domar pantera
Mas a Dina ninguém doma
Preconceito, ignorância
Ela tem em alta soma
É dessas que não atende
Nem ao Papa de Roma
Pode vir médico em equipe
Se for vacina de gripe
Dina morre mas não toma.
Autor: Zé Bezerra
sexta-feira, 1 de maio de 2009
PARABÉNS TRABALHADORES
Reconhecimentos vários
Devem ser manifestados
A todos os operários
Desde o mais subordinado
Até o mais graduado
Todos tem os seus valores
Em toda e qualquer paragem
São dignos de homenagem
Parabéns Trabalhadores.
Trabalhadores merecem
Maior valorização
Apreço, apoio e respeito
Elogio e gratidão
Tendo ou não tendo sucesso
Então sendo do progresso
Os impulsionadores
Em quaisquer classes ou níveis
Vocês são imprescindíveis
Parabéns Trabalhadores.
Artesãos, comerciários
Camelôs, comerciantes
Engraxates, vigilantes
Agentes comunitários
Garis, bibliotecários
Tratoristas, pescadores
Mecânicos, agricultores
Atendentes, enfermeiras
Domésticas e lavadeiras
Parabéns Trabalhadores.
Garçons e eletricistas
Motoboys, policiais
Barnabés, oficiais
Arquitetos, motoristas
Cabelereiros, frentistas
Magarefes, promotores
Peões, investigadores
Carcereiros, delegados
Juízes, advogados
Parabéns Trabalhadores.
Detetives, petroleiros
Almoxarifes, dentistas
Jornaleiros, jornalistas
Artistas, caminhoneiros
Mascates, médicos, pedreiros
Psicológos e pintores
ASGs, professores
Diretores, secretários
Técnicos, guardas e bancários
Parabéns Trabalhadores.
Alfaiates, costureiras
Farmacêuticos e gerentes
Contabilistas, agentes
Oleiros e sacoleiras
Garçonetes, cozinheiras
Repórteres e redatores
Controlistas, locutores
Motoqueiros, carroceiros
Seguranças e vaqueiros
Biscateiros e coveiros
Sapateiros e padeiros
Carteiros e mensageiros
Parabéns Trabalhadores.
Autor: Zé Bezerra