domingo, 25 de janeiro de 2009

PAZ DE DEUS E PAZ DO MUNDO

No Evangelho de João
Em quatorze e vinte e sete
Jesus dá explicação
Sobre a paz que Ele promete
Ele diz textualmente:
"Minha paz é diferente
É vinda de Jeová
É cheia de amor e fé
A PAZ QUE VOS DOU NÃO É
A PAZ QUE O MUNDO DÁ."

É viver um clima bom
De relacionamento
Desejar sempre Shalom
Deveras sem fingimento
É a mútua convivência
Pregando a não-violência
Aqui, ali, acolá
Seja em transporte ou a pé
A PAZ QUE DEUS DÁ NÃO É
A PAZ QUE O MUNDO DÁ.

Na paz que o mundo apresenta
Há pouca fraternidade
Em si somente aparenta
Leves sinais de amizade
Muitas vezes é forjada
Através da luta armada
Onde o egoísmo está
Com a maldade de pé
A PAZ QUE DEUS DÁ NÃO É
A PAZ QUE O MUNDO DÁ.

A paz dos seres humanos
Vai por incertos caminhos
Por ter malogrados planos
E interesses mesquinhos
Porque é assim instável
Ela não é confiável
Em dúvida sempre estará
Desacreditada até
A PAZ QUE DEUS DÁ NÃO É
A PAZ QUE O MUNDO DÁ.

Paz de Deus é doação
Sem inveja e sem cobiça
É bem comum, é perdão
É o fruto da justiça
Pra que todos tenham vida
Abundante e merecida
Que se alicerçará
Na esperança e na fé
A PAZ QUE DEUS DÁ NÃO É
A PAZ QUE O MUNDO DÁ.

Autor: Zé Bezerra

sábado, 24 de janeiro de 2009

UM INCENTIVO À LEITURA

Para se aprender mais
E adquirir cultura
Para a pessoa saber
Encontrar o que procura
A melhor via de acesso
É com certeza a leitura.

O ato de ler mistura
Motivação e lazer
Entretenimento e paz
Meditação e prazer
Bem-estar e senso crítico
Aptidão e saber.

Quem sempre ler chega a ser
Dono de uma fértil mente
Arguto em seus colóquios
Mais sensível, mais prudente
E capaz de ver o mundo
Com um olhar diferente.

A leitura é certamente
Uma prática enriquecida
Dos saberes mais diversos
Caminhos que dão saída
À contemplação mais ampla
Dos horizontes da vida.

Ler faz muito bem a vida
Em muitas ocasiões
Pela leitura se aprende
Inesquecíveis lições
Com seu vasto conteúdo
De ricas informações.

Favoráveis condições
Já há em qualquer setor
Não é por falta de livros
A escassez de leitor
O que falta é muita gente
A leitura dar valor.

Aos livros tenha amor
Eles são os principais
Professores que nos dão
Instruções especiais
Saiba você criatura
Que quem pratica a leitura
Sabe mais e vive mais.

Autor: Zé Bezerra

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA

Barack Husseim Obama
Democrata americano
Cheio de carisma e fama
Descendente de africano
Dos EUA finalmente
É o novo Presidente
Pela sua competência
Luta e diálogo também
A Casa Branca hoje tem
UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA.

O negro havaiense
Detém grande liderança
O povo estadunidense
Depositou confiança
No governo de Obama
A maioria o aclama
Com aplauso e reverência
Alegria e sensatez
Por ver a primeira vez
UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA.

Obama inicialmente
Já não pode dar deslize
Porque economicamente
O país está em crise
E as guerras que aí estão
Iraque, Afeganistão
E mais outra na sequência
Israel, Faixa de Gaza
Já chega pisando em brasa
UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA.

Esse país dominado
Por forte capitalismo
Teve King assassinado
Simplesmente por racismo
Grupos radicais pegavam
Os negros e os matavam
Com extrema violência
Agora isso diminui
Porque o país possui
UM NEGRO NA PRESIDÊNCIA.

Que o negro quase garoto
Governe mais diferente
Protocolo de Quioto
Que o país adira urgente
Porque em poluição
No planeta é campeão
Por ser a maior potência
O mundo tem esperanças
Que haverá muitas mudanças
COM O NEGRO NA PRESIDÊNCIA.

Autor: Zé Bezerra

sábado, 17 de janeiro de 2009

TROVAS

Brincando de fazer versos
O poeta concilia
Os pensamentos diversos
Num foco de poesia.

Para que a nossa vida
Tenha virtude e valor
Ela deve ser vivida
Com ética, paz e amor.

Amor é o sentimento
Da mais profunda grandeza
O amor puro é isento
De inveja e avareza.

Para alguns, a maior graça
É trazida pela sorte
Duvido que ela faça
Alguém escapar da morte.

Até que o mundo acabe
Por descaso ou ironia
Vai existir quem não sabe
O que é cidadania.

Não é certo enriquecer
Pela ilegalidade
É melhor ser pobre e ter
Vergonha e honestidade.

Egoísmo e ambição
Caracterizam o ter
Humildade e doação
São marcas fortes do ser.

Da criança ao ancião
Todos podem aprender
No mundo a maior lição
É a que ensina a viver.

João quer ver Jesus crescer
E ele diminuir
Só serve para viver
Quem vive para servir.

Amor, caridade e fé
Misericórdia e perdão
Para todos isso é
Certeza de salvação.

Autor: Zé Bezerra

sábado, 10 de janeiro de 2009

O SERTÃO ESTÁ MUDADO

Enorme transformação
Com o tempo vai surgindo
Moderna revolução
A todos vai atingindo
Até o sertão agora
Também não fica de fora
E em tudo é transformado
Outro aspecto ali se vê
Bem diferente porque
O sertão está mudado.

No sertão não se vê mais
Pilão, moinho e jirau
Nem lamparina de gás
E nem cavalo de pau
Nem alguidar, nem cumbuca
Nem mondé, nem arapuca
Não tem milho empaiolado
Nem beiju com rapadura
Não tem quase agricultura
O sertão está mudado.

Não há mais cuia nem ralo
Jogo só na sena ou loto
Jumento, burro e cavalo
Trocaram por carro e moto
O pão de milho acabou-se
Ninguém quer mais arroz doce
O pote foi superado
Trocado na geladeira
Com água vinda em torneira
O sertão está mudado.

De energia é servido
Até solar e eólica
Televisor colorido
E antena parabólica
O povo tem celular
Para se comunicar
Tudo é atualizado
Seguindo a modernidade
No estilo da cidade
O sertão está mudado.

Porém fatos aberrantes
O sertanejo está vendo
Roubos e furtos constantes
Assaltos acontecendo
É uma infelicidade
As mazelas da cidade
Ao sertão ter chegado
Há aflições e motins
Também nas coisas ruins
O sertão está mudado.

Autor: Zé Bezerra

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

VIDA DE SERTANEJO

Registro aqui algumas sextilhas da famosa dupla de repentistas João Paraibano e Raimundo Caetano quando numa cantoria na praça pública da cidade de João Dias - RN, em 13 de janeiro de 2005, na efervescência dos seus improvisos, cantavam repentes descrevendo a Vida do Sertanejo.

João Paraibano

Todo sertanejo gosta
De ver quando a tarde encerra
O rosto da lua cheia
Nascendo por trás da serra
Como uma bola de prata
Caindo do céu na terra.

Raimundo Caetano

Indo o sol da cor de guerra
Chegando a noite que gela
Viajando o sol vermelho
Voltando a lua amarela
E os boêmios inspirados
Olhando a beleza dela.

João Paraibano

Todo sertanejo apela
Pra ver rio de enchente
Ou tirar leite de vaca
Pra comer com cuscuz quente
Escutar som de viola
Batendo palmas pra gente.

Raimundo Caetano

O casebre é ambiente
O campônio é morador
Almoça um prato de fava
Um pirão de corredor
Primeiro se fortifica
Só depois fala em amor.

João Paraibano

Todo homem agricultor
Ama tanger boi de carro
Debulhar feijão maduro
Comer num prato de barro
Tomar um café pequeno
Tocar fogo num cigarro.

Raimundo Caetano

Trabalhar cortando barro
Seja aqui ou mais além
E quando a enxada vai
o mato cortado vem
Eu tenho preguiça disso
Mas o povo aqui não tem.

João Paraibano

Todo camponês também
Gosta de armar mondé
Guardar cabaça na moita
Beber água num coité
Contar sementes nos dedos
Quebrando os torrões no pé.

Raimundo Caetano

Sertanejo também é
Filho de Nosso Senhor
Também gosta de cinema
De assistir televisor
Mas às vezes é forçado
Ficar no interior.

João Paraibano

Todo homem lavrador
Gosta de alagadiço
Passar cidreira em caixão
Para amansar um cortiço
E ver água descer no rio
Dando empurrão num caniço.

Raimundo Caetano

Só que não gosta só disso
Nem só nisso se distrai
Também gosta de ver dama
Com saia que quase cai
Não tem chance de ir à praia
Do jeito que a gente vai.

João Paraibano

Todo camponês atrai
Uma dança de pagode
Ou passar uma tesoura
Nos cabelos do bigode
Fazer cabresto pra jegue
E canga em pescoço de bode.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

DESAFIOS SOBRE O SERTÃO

Faço a divulgação de algumas estrofes de um grande desafio sobre o sertão pelos famosos cantadores Ivanildo Vila Nova e Geraldo Amâncio.

Ivanildo

Tem que analisar ativo
Renda fixa e comodite
Saldo, balança e limite
Orçamento, indicativo
Falência, déficit impassivo
Superávit, cotação
Hipoteca, transição
Moratória e resultado
QUEM SE SENTAR AO MEU LADO
NÃO CANTA APENAS SERTÃO.

Geraldo

Cantador pra mim só cresce
Se disser porque o sapo
Canta muito, força o papo
Não cansa, nem enrouquece
Porque a chuva aparece
depois que canta o carão
Porque o rato é ladrão
E o gato é seu intrigado
SÓ SE SENTA DO MEU LADO
QUEM SABE CANTAR SERTÃO.

Ivanildo

Tem de saber sobre antônimo
Gerúndio e imperativo
Provérbio, superlativo
Verbo, advérbio e homônimo
Crase, pronome e sinônimo
Artigo e preposição
Análise, conjugação
Primitivo e derivado
QUEM SE SENTAR AO MEU LADO
NÃO CANTA APENAS SERTÃO.


Geraldo

Sei cantar o cão de caça
Que a noite caça sem medo
Quando o dono estala o dedo
Em todo canto ele passa
Tamanduá não lhe abraça
Cobra não lhe faz traição
Cheira a terra, cava o chão
Descobre um peba enterrado
SÓ SE SENTA DO MEU LADO
QUEM SABE CANTAR SERTÃO.


Ivanildo

Na história brasileira
Ler Revolta da Armada
Garrafadas, Balaiada
Inconfidência Mineira
A Revolução Praieira
Ou a Confederação
Canudos, Insurreição
Farroupilha e Contestado
QUEM SE SENTAR AO MEU LADO
NÃO CANTA APENAS SERTÃO.

Geraldo

O socó boi na lagoa
Pra pegar peixe se enverga
O morcego não enxerga
Mas pra todo canto voa
Não vê, mas não albarroa
Deus lhe ensina a direção
Parece na escuridão
Um míssil teleguiado
SÓ SE SENTA DO MEU LADO
QUEM SABE CANTAR SERTÃO.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PAISAGEM DE INTERIOR

Apresentamos também do genial poeta Jessier Quirino, conterrâneo de Zé da Luz, trechos de "Paisagem de Interior", que em seu estilo matuto descreve o sertão caboclo.

Matuto no mei da pista
Menino chorando nu
Rolo de fumo e beiju
Colchão de palha listrado
Um par de bêbo agarrado
Preto véio rezador
Jumento, jipe e trator
Lençol voando estendido
Isso é cagado e cuspido
Paisagem de interior.

Três moleque fedorento
Mocegando um caminhão
Chapéu de couro e gibão
Bodega com sortimento
Poeira no pé de vento
Tabulêro de cocada
Banguela dando risada
Das prosa de um cantador
Buchuda sentindo dor
Com o filho quase parido
Isso é cagado e cuspido
Paisagem de interior.


Mastruz e erva-cidreira
Debaixo dum jatobá
Menino querendo olhar
As carça da lavadeira
Um chiado de porteira
Um fole de oito baixo
Pitomba boa no cacho
Um canário cantador
Caminhão de eleitor
Com os voto tudo vendido
Isso é cagado e cuspido
Paisagem de interior.


Um motorista cangueiro
Um jipe chei de batata
Um balai de alpercata
Porca gorda no chiqueiro
Um camelô trambiqueiro
Avelós e lagartixa
Bode véio de barbicha
Bisaco de caçador
Um vaqueiro aboiador
Bodegueiro adormecido
Isso é cagado e cuspido
Paisagem de interior.


Um forró de pé de serra
Fogueira, milho e balão
Um tum-tum-tum de pilão
Um cabritinho que berra
Uma manteiga da terra
Zuada no mei da feira
Facada na gafieira
Matuto respeitador
Padre, prefeito e doutor
Os home mais entendido
Isso é cagado e cuspido
Paisagem de interior.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

"BRASÍ CABÔCO"

Para ilustrar essa temática sertaneja apresentamos aos nossos leitores trechos do "Brasí Cabôco" do grande poeta paraibano, Zé da Luz.

O qui é Brasí Cabôco?
É um Brasí deferente
Do Brasí das capitá
É um Brasí brasilêro
Sem mistura de istrangêro,
Um Brasí nacioná!

Brasí Cabôco não come
Assentado nos banquete,
Misturado cum os hôme
De casáca e anelão...
Brasí Cabôco só come
O bode sêco, o feijão.

Brasí Cabôco não sabe
Falá ingrês nem francês,
Munto meno o purtuguês
Qui os outro fala imprestado...
Brasí Cabôco não iscreve;
Munto má assina o nome
Prá votá, prumóde os hôme
Sê Gunverno e Diputádo!

É o Brasí sertanejo
Dos côco, das imbolada,
Dos samba, dos rialêjo,
Zabumba e caracaxá!

É o Brasí das promessa
Nas noite de São João!
Dos carro-de-bôi cantando
Pela bôca dos cocão!

É o Brasí das cabôca,
Qui de noite se dibruça,
Machucando os peito virge
No batente das jinéla...
Vendo, os cabôco pachóla,
Qui geme, chora e salúça
Nas corda de uma viola,
Ruendo paxão, prú éla!

É esse o Brasí Cabôco.
Um Brasí bem brasilêro,
Sem mistura de istrangêro
Um Brasí Nacioná!