sexta-feira, 27 de maio de 2022

SERTÃO, O CHÃO DA GENTE

É o nosso sertão, a nossa origem

Nosso chão, nosso berço, duro e quente

Pela força do clima semiárido

Sua flora é rústica e diferente 

É o grande bioma da Caatinga

Que caracteriza o chão da gente.


Sua população é resistente

Cada um sertanejo nordestino

Tem orgulho por ser desse sertão 

Recebendo o calor do sol a pino

Pela força da fé e da esperança

Pensa em Deus e prepara o seu destino.


No estilo de vida campezino

Tem coragem e jamais se intimida

Não recua diante dos problemas

 Confiante procura uma saída

Apresenta-se pronto para a luta

Que precisa enfrentar em prol da vida.


O sertão terra boa inesquecida

Habitat do povo agricultor

Intempéries da seca lhe afligem

Mas enfrenta as agruras sem temor

Quando vem o inverno o sertão fica 

O oásis do nosso interior.


Autor: Zé Bezerra








                


 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

POETIZANDO

Poetiza-se sonhando

Com um mundo diferente

Olhando-se a fluidez

De uma fonte permanente

Onde existe um combustível 

Que enche o tanque da mente. 


Acima um céu reluzente

Cheio de constelações

Um mar revolto invadido

Por muitas embarcações

Que tangidas pelo vento

Vão em várias direções.


Verseja-se nos sertões

Sentindo cheiro da mata

Ouvindo um coral de pássaros

Numa bela serenata

Enquanto a lua derrama 

Seus raios da cor de prata.


Numa visão abstrata

Dos sinais do universo

O pensamento trabalha

Mas por vezes fica imerso

Para injetar mais adubo

Na raiz de cada verso.


Quando o clima é adverso

Logo o  poeta conhece

Que a escassez da verve

Surge mas não permanece

É como uma onda fraca

Em breve desaparece.


Vê-se a aranha que tece

Com fios a sua teia

Caipora pega o cão

Maltrata o bicho na peia

Na noite de sexta - feira

O lobisomem passeia.


Circula o sangue na veia

Trazendo ao corpo energia

As ideias vão surgindo 

O poeta sonha e cria

Utilizando obras primas

Faz um celeiro de rimas 

Para estocar poesia.


Autor: Zé Bezerra
















quinta-feira, 12 de maio de 2022

HOMENAGEM A PETRONILO

Filho de Petronilo e Jovelina

Sua origem é do campo e teve brilho

A história de Petronilo Filho

Tem início na vida campesina

Logo cedo ele às letras se destina

Sem ligar preconceito nem tabu

Sua meta é tornar-se um guru

E o estudo foi sempre o estandarte

Petronilo Hemetério é baluarte

Da cultura do povo de Patu.


Dedicou-se a ser historiador

Nesse campo instalou suas balizas

Sempre abnegado nas pesquisas

Num trabalho contínuo com primor

No exímio papel de escritor

Resistente igual mandacaru

Não guardando os escritos num baú

É da literatura um bom parceiro

Publicou vários livros e o primeiro

Documenta a história de Patu.


Membro do Instituto do Estado

De História e de Geografia

Da ACJUS, titular da Academia

E a APLA  por tê-la projetado

Para ser presidente é aclamado

Dois mandatos seguidos com lisura

Com determinação, desenvoltura

O difícil é substituí-lo

Deve-se reconhecer que Petronilo

É um ícone das letras e da cultura.


Autor: Zé Bezerra







 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

NÃO DOU O SERTÃO NA CAPITAL

O sertão é a terra abençoada

De mais simplicidade e mais beleza

A maior expressão da natureza

É o brilho da noite enluarada

Quando vai terminando a madrugada

Sobre a mata, a aurora desemboca

Cada pássaro afinado se coloca

Para a bela cantata matinal

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


É lugar onde o povo vive bem

Tudo é calmo e não tem poluição

Quem bem pensa não muda do sertão

Para onde sossego ninguém tem

Numa cidade grande  sofre quem

Para esse ambiente se desloca

Pela necessidade que provoca 

Uma realidade surreal

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


O sertão tem o clima seco e quente

Quando chega o inverno tem fartura

É a fonte de toda agricultura

Disso aí sobrevive a sua gente

Mesmo hoje estando diferente

Onde em vez de jumento tem motoca

Mas o agricultor colhe e estoca

Que o produto da roça é natural

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


Onde tem sabiá e colibri

Com seu canto assim que nasce o sol

O cancão, o craúna, o rouxinol

Pintassilgo, azulão e bem-te-vi

Rola "fogo pagô" e juriti

Tem mutuca em lugar de muriçoca

O anzol tem a vara de taboca

E o forró é melhor que carnaval

Eu não dou o sertão na capital

Nem ganhando um milhão por essa troca.


Mote de Nonato Neto

Glosas de Zé Bezerra














terça-feira, 3 de maio de 2022

LUZ DE ESPERANÇA

Quando o agricultor em seu roçado 

Já espera o produto da lavoura 

Vem a praga de ação destruidora 

Estragando o milho embonecado 

O feijão que estava bem florado 

Fica antes do tempo ressequido 

Mas a chuva que há um mês tinha sumido 

Volta e traz ao plantio segurança 

SURGE UM FOCO DE LUZ DE ESPERANÇA 

QUANDO TUDO PARECE ESTAR PERDIDO.


Outro dia saí do meu lugar 

Fiz morada em outra região 

O gatinho da minha estimação 

Espantou-se e não deixou pegar 

Escondeu-se na vez de viajar 

Ninguém viu onde estava escondido 

Numa caixa ele tinha se metido 

Pra fazer a surpresa da mudança 

SURGE UM FOCO DE LUZ DE ESPERANÇA 

QUANDO TUDO PARECE ESTAR PERDIDO.


Veio a crise, fiquei sem ter emprego 

Amargando um estado de carência 

E já quase perdendo a paciência 

Cada dia sumia o meu sossego 

Mas tornei- me autônomo e hoje chego 

Ao meu rancho com o pão adquirido 

Pra mulher já comprei mais de um vestido 

Não faltou mais o leite da criança 

SURGE UM FOCO DE LUZ DE ESPERANÇA 

QUANDO TUDO PARECE ESTAR PERDIDO.



Autor: Zé Bezerra