A ACOLHIDA DE MINERVINA

 Aconteceu a passagem 

Naquele dia final 

Em que Minervina foi 

Pra o reino celestial

Ela fez sua viagem

Não conduzindo bagagem 

Chegou à mansão divina

E assim que foi chegando

Os anjos no céu cantando

Acolheram Minervina.

Uma grande poetisa 

Que cantava com viola 

Além de ser repentista

Foi professora de escola

Em diversas freguesias

Foram tantas cantorias

Desde quando era menina

Na arte se destacando

Os anjos no céu cantando

Acolheram Minervina.

Os que moram lá em cima 

Quando a notícia chegou

Para reunião extra

Pedro a todos convocou

Esclareceu que os motivos

Eram os preparativos

Pra acolher a nordestina

Que estava se mudando

Os anjos no céu cantando 

Acolheram Minervina.

Pra receber a artista

Foi a festa organizada

Com Xudu, Louro e Valdir

Cachimbinho na embolada

Dominguinhos, Gonzagão

Tocaram xote e baião

Marinês com a voz fina

E Patativa declamando

Os anjos do céu cantando

Acolheram Minervina.

Autor: Zé Bezerra

PRADOS E CAMPINAS

 Caminhando pelos vales

Bebendo água nas fontes

Respirando ar saudável

Vendo novos horizontes

Contemplando a natureza

Admirando a beleza

Das aves esvoaçantes

Sobre arvoredos copados

Passeando pelos prados 

E campinas verdejantes.

 

O canto do sabiá

E do galo de campina

Soltam sons melodiosos

Iguais à harpa divina

As luzes dos pirilampos

Espalham brilhos nos campos

Com centelhas faiscantes

Luzindo em todos os lados

Passeando pelos prados

E campinas verdejantes.

 

Em pleno alvorecer

Antes que acenda o farol

De irradiante brilho

Dos  belos raios do sol

Pelos vales e baixios

Nas ribanceiras dos rios

Em lugares mais distantes

E nos mais aproximados

Passeando pelos prados 

E campinas verdejantes.

No papel de andarilho

Decidido a caminhar

Passo firme, estrada afora

Olho vivo a contemplar

Fazendo algumas paragens

Admirando as paisagens

Em lugares deslumbrantes

Que são muito visitados

Passeando pelos prados 

E campinas verdejantes.

Autor: Zé Bezerra

 

 

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CRER NO RESSUSCITADO

 A Páscoa de Jesus Cristo

A sua infinita glória

Após derrotar a morte

Vive e celebra a vitória

Esse que na cruz morreu

E em três dias reviveu 

É Jesus de Nazaré

Que por Deus foi enviado

O Cristo ressuscitado

Vem renovar nossa fé.

A nossa crença precisa

Ficar mais revigorada

Para animados seguirmos

Bem firmes na caminhada

Haja ou não haja imprevisto

Acreditemos no Cristo

Sem fazer como Tomé

Que disse ter duvidado

O Cristo ressuscitado

Vem renovar nossa fé.

Toda criatura humana

Sendo cristã, deve crer

Que Jesus ressuscitou

Trazendo ao nosso viver

Alegria e confiança

Mais certeza e esperança

Que a ressurreição é 

 O novo tempo esperado

O Cristo ressuscitado

Vem renovar nossa fé.

Na essência da Palavra

Do seu Evangelho cremos

Que Cristo vive e com ele

Também ressuscitaremos

Numa vivência de irmãos

E verdadeiros cristãos

Devemos estar de pé

De coração renovado

O Cristo ressuscitado

Vem renovar nossa fé.

Autor: Zé Bezerra

POVOS INDÍGENAS ( soneto)

São povos indígenas, povos primitivos 

Gente que merece respeito, atenção

Mas vendo a história, está nos arquivos

Eles são marcados por submissão.

Povo original da nossa nação

Que nunca alcançou seus objetivos

Devido uma falsa civilização

São tratados como se fossem cativos.

Índio é aborígene, índio é raça pura

É tão importante a sua cultura

Sua convivência em comunidade.

No seu habitat, as tribos unidas

Sem nunca ter suas terras invadidas

Vivendo feliz com dignidade.

Autor: Zé Bezerra

FARTURA & FOME

O Brasil que é um dos campeões

Em produtos que vêm da agricultura

Abundância de grãos, grande fartura

É constante em várias regiões

Mas visíveis são as contradições

Esse fato ninguém pode esconder

São famintos que vivem a sofrer

Passa o tempo e só cresce o sofrimento

No Brasil que produz tanto alimento

Muita gente não tem o que comer.

Toneladas que vão diariamente

Para a Índia, a Suíça e o Japão

Elevada é a exportação

Porque tem alimento excedente

Mas se falta comida pra o carente

Disso aí pouca gente quer saber

O que vale é o lucro que vão ter

De setenta, oitenta ou cem por cento

No Brasil que produz tanto alimento

Muita gente não tem o que comer.

Pela força do vil capitalismo

Numa sociedade do descarte

Desse esquema a partilha não faz parte

O que conta é ganância e egoísmo

Muito amedrontador é o abismo

Que em nosso país só faz crescer

Se uns vão cada dia  enriquecer

Há milhões na miséria e ao relento

No Brasil que produz tanto alimento

Muita gente não tem o que comer.

Sem ter dignidade e sem ter nome

Brasileiros que estão na antivida

Desnutridos por falta de comida

Sofrem com o flagelo que consome

Cruelmente atacados pela fome

Tendo pouca esperança de viver

O problema ninguém vai resolver

Só com paliativo do momento

No Brasil que produz tanto alimento

Muita gente não tem o que comer.

Autor: Zé Bezerra