Vai a noite e vem o dia
Logo depois que amanhece
O sol com sua quentura
A face da terra aquece
Seus raios amarelados
Focam em todos os lados
Com seus potentes faróis
E os que vão despertando
Se deliciam escutando
O cantar dos rouxinóis.
É como um coral de anjos
Com repertório divino
Essas pequeninas aves
Em horário matutino
Têm gargantas afinadas
Cantam bonitas toadas
Diferentes das de nós
A tristeza vai sumindo
Quando a gente fica ouvindo
O cantar dos rouxinóis.
Nessas aves tão pequenas
A melodia extravasa
Nos belos sons emitidos
Sobre as biqueiras da casa
Esses belos passarinhos
Cedo despertam dos ninhos
Nem sequer aquecem a voz
E cantam sempre à capela
Ouve-se ao pé da janela
O cantar dos rouxinóis.
Cantores de ópera fazem
Belas apresentações
Com suas vozes canoras
Cantam bonitas canções
Com melismas e vibratos
Harmonizam seus ornatos
Antes, durante e após
No show dançam, pulam, gritam
Mas nem de longe imitam
O cantar dos rouxinóis.
Um cantar melodioso
Bem simples e natural
Cadenciado no ritmo
De uma orquestra divinal
Um show que merece palma
Extasia nossa alma
O seu contágio veloz
Vem a nós contaminar
Vale a pena apreciar
O cantar dos rouxinóis.
Autor: Zé Bezerra