quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MULHER NUNCA MAIS




Nosso foco dessa vez
É Caetano e Rosana
Um casal desentendido
Dessa região serrana
Que nunca viveu em paz
Nem sequer uma semana.

Desse casal era péssimo
O relacionamento
Mas só após cinco anos
De um clima turbulento
Foi que os dois decidiram
Dar um fim ao casamento.

A vida a dois era como
A sequidão do deserto
O amor nunca existiu
Nada entre os dois deu certo
E Caetano de Rosana
Nunca pode chegar perto.

Debaixo do mesmo teto
Viviam mal humorados
As brigas eram constantes
Estavam sempre intrigados
Nem sequer comiam juntos
Só dormiam separados.

Rosana ameaçava
Por um fim nessa questão
Dizia que aquela vida
Não suportava mais não
Mas Caetano dizia
- Não quero separação.

Assim nesse descompasso
Eles iam convivendo
Caetano um certo dia
Impaciente sofrendo
Notou que Rosana estava
Com a barriga crescendo.

Assustado em desespero
Gritou, berrou dessa vez
Chorou e disse: - Rosana
O que foi que você fez?
Ela falou: - Completei
Três meses de gravidez.

Em prantos ele exclamava
- O que é que eu faço agora!
Rosana como uma fera
Expulsou-o sem demora
Dizendo: - Saia seu traste!
Suma daqui, vá embora!

Caetano atordoado
Com essa situação
Saiu e ficou chorando
Escorado no portão
Quando de repente viu
Entrar na casa um “negão”.

Viu Rosana o abraçando
E os dois entrando no quarto
Nessa hora ele sentiu
Uma dor como a do parto
Seu coração agitou-se
Quase acontece um infarto.

E com o passar das horas
Foi diminuindo a dor
Mas ele sem saber como
Suportar aquele horror
Com Rosana e o amante
No quarto fazendo amor.

Já eram onze da noite
Do quarto, o “negão” saiu
Com a cara de deboche
Pra Caetano sorriu
E ele muito abatido
Viu isso e fez que não viu.

Depois Rosana saía
Esquisita e assanhada
E disse: - Macho imprestável
Você é página virada
Já vi que você só serve
Pra levar chifre e mais nada.

Caetano disse a ela:
- Por favor, deixe eu ficar
Ainda não vi motivos
Pra gente se separar
Essas grosserias suas
Estou pronto a perdoar.

Rosana esbravejou:
- Oh, corno do Satanás
Estou grávida do Rogério
Homem que me satisfaz
Vá pro inferno seu trouxa
Não pise aqui nunca mais.

Depois disso Caetano
Começou a refletir
Contra a fúria de Rosana
Era perdido insistir
Saiu dali e passou
Várias noites sem dormir.

Quase não se alimentava
Ficou fraco e deprimido
Com a barba muito grande
E o cabelo comprido
Isolou-se das pessoas
Parecendo um foragido.

Depois de um ano e meio
Voltou à casa dos pais
Aos poucos foi superando
Os seus dramas cruciais
Hoje revoltado exclama:
- Elas são todas iguais
Enquanto vida eu tiver
Mulher, só a mãe Ester
Nunca mais quero mulher
Para sempre, nunca mais!


Autor: Zé Bezerra

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