Quando chegou o momento
De ficar em quarentena
Precisei sair de cena
Recluso em meu aposento
Devido o confinamento
Nem na calçada saía
Com uma máscara que ardia
Nas orelhas como brasa
E a ordem: - " fique em casa"
PRESO PELA PANDEMIA.
Não pude mais ir à feira
Nem sair para um passeio
A Covid deu um freio
A vida ficou grosseira
Assim a semana inteira
É grande a monotonia
Nesse atípico dia a dia
A gente fica sem plano
Já estou com mais de um ano
PRESO PELA PANDEMIA.
A realidade é esta
Enfrentando essa peleja
Não fui mais a uma igreja
Nem curti sarau, nem festa
Nunca mais fui a seresta
Procissão, nem romaria
Nas coisas que eu fazia
Houve um enorme recuo
Só porque eu continuo
PRESO PELA ROMARIA.
Sensação não tive mais
Dos abraços apertados
Porque esses são trocados
Por abraços virtuais
Os grandes shows culturais
Que davam tanta alegria
Agora só live fria
Tem vez que fico a olhar
Na tela do celular
PRESO PELA PANDEMIA.
Sem realizar viagens
Sem caminhar pelos campos
Sem olhar os pirilampos
Sem contemplar as paisagens
Sem andar noutras paragens
Sem sentir a maresia
Sem cair numa folia
Sem ir às festas de rua
Sem nunca mais ver a lua
PRESO PELA PANDEMIA.
Se não saí, não andei
Se não andei, não fui longe
Vivendo vida de monge
Enclausurado fiquei
Muitos planos desmanchei
Tive a agenda vazia
Se pra nenhum canto ia
Fui procurar a saída
Pra dar mais sentido à vida
PRESO PELA PANDEMIA.
A saída encontrada
Foi a rotina mudar
Pensar e reinventar
Não ficar sem fazer nada
Com a internet instalada
Vi que assim conseguia
Uma ocupação sadia
Para o ócio combater
Achei muito o que fazer
PRESO PELA PANDEMIA.
Autor : Zé Bezerra
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