quinta-feira, 15 de abril de 2021

PRESO PELA PANDEMIA








Quando chegou o momento

De ficar em quarentena

Precisei sair de cena

Recluso em meu aposento

Devido o  confinamento

Nem na calçada saía

Com uma máscara que ardia 

Nas orelhas como brasa

E a ordem: - " fique em casa"

PRESO PELA PANDEMIA.


Não pude mais ir à feira

Nem sair para um passeio

A Covid deu um freio 

A vida ficou grosseira

Assim a semana inteira

É grande a monotonia

Nesse atípico dia a dia

A gente fica sem plano

Já estou com mais de um ano

PRESO PELA PANDEMIA.


A realidade é esta

Enfrentando essa peleja

Não fui mais a uma igreja

Nem curti sarau, nem festa

Nunca mais fui a seresta

Procissão, nem romaria

Nas coisas que eu fazia

Houve um enorme recuo

Só porque eu continuo

PRESO PELA ROMARIA.


Sensação não tive mais 

Dos abraços apertados

Porque esses são trocados 

Por abraços virtuais

Os grandes shows culturais

Que davam tanta alegria

Agora só live fria 

Tem vez que fico a olhar 

Na tela do celular

PRESO PELA PANDEMIA.


Sem realizar viagens

Sem caminhar pelos campos

Sem olhar os pirilampos

Sem contemplar as paisagens

Sem andar noutras paragens

Sem sentir a maresia

Sem cair numa folia

Sem ir às festas de rua

Sem nunca mais ver a lua

PRESO PELA PANDEMIA.


Se não saí, não andei

Se não andei, não fui longe

Vivendo vida de monge

Enclausurado fiquei

Muitos planos desmanchei

Tive a agenda vazia

Se pra nenhum canto ia

Fui procurar a saída

Pra dar mais sentido à vida

PRESO PELA PANDEMIA.


A saída encontrada

Foi a rotina mudar

Pensar e reinventar

Não ficar sem fazer nada

Com a internet instalada

Vi que assim conseguia

Uma ocupação sadia

Para o ócio combater

Achei muito o que fazer

PRESO PELA PANDEMIA.


Autor : Zé Bezerra

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