As previsões nordestinas
Nunca são enigmáticas
Todos já conhecem bem
As circunstâncias climáticas
Onde o semiárido impera
Seja outono ou primavera
Ou qualquer outra estação
O efeito é violento
Causa o maior sofrimento
Quando há seca no sertão.
O tempo fica esquisito
Se não cai chuva em janeiro
Sertanejo apreensivo
Espera por fevereiro
Se persiste a estiagem
O aspecto da paisagem
Já é de desolação
As pastagens se acabando
E os animais definhando
Quando há seca no sertão.
Entrando março sem chuva
O sertanejo de fé
Deposita as esperanças
No dia de São José
Se esse dia passar
E a chuva não chegar
Molhando a face do chão
O tempo é mais cruciante
Tudo é mau daí por diante
Quando há seca no sertão.
Com a seca declarada
Rebanhos são dizimados
Animais que sobrevivem
São magros, esfomeados
O sertanejo sofrido
Vê quase tudo perdido
Na terra sem produção
Fica triste e indeciso
Pelo grande prejuízo
Quando há seca no sertão.
O sol é mais causticante
Quadruplicando a quentura
A água de beber fica
Pouca, salobra e impura
Nesse prolongado drama
Açudes secam que a lama
Vira pedra no porão
Sertanejo se maldiz
Ninguém pode ser feliz
Quando há seca no sertão.
Autor: Zé Bezerra
domingo, 15 de fevereiro de 2009
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