segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O SERTÃO NÃO SAI DA GENTE


Sair da zona rural

Para morar na cidade

Isso é prática constante

Em qualquer localidade

As pessoas vão migrando

E o sertão vai ficando

Com pouca gente presente

É mínima a população

A gente sai do sertão

Mas ele não sai da gente.


São diversos os fatores

Que provocam a saída

Tem os que saem pensando

Que vão melhorar de vida

Como o êxodo continua

Muitos que chegam à rua

Não se adaptam facilmente

À nova situação

A gente sai do sertão

Mas ele não sai da gente.


Uma recordação fica

Impregnada no eu

Que faz lembrar o lugar

Em que a gente nasceu

Vindo do interior 

Pra qualquer lugar que for

A pessoa sempre sente

A forte recordação

A gente sai do sertão

Mas ele não sai da gente.


Faz lembrar a passarada

Cantando ao raiar do dia

Os mutirões na colheita

O pote com água fria

Cercas de vara e estacas

Ovelhas,  bodes e vacas

Arroz doce e cuscuz quente

As debulhas de feijão

A gente sai do sertão

Mas ele não sai da gente.


Os forrós, as cantorias

Moagens e farinhadas

As canções de serenatas

Nas noites enluaradas

Fava colhida em balaio

O novenário de maio

Pilão, latada e batente

Água trazida em galão

A gente sai do sertão

Mas ele não sai da gente.


Autor: Zé Bezerra

Nenhum comentário: