Sair da zona rural
Para morar na cidade
Isso é prática constante
Em qualquer localidade
As pessoas vão migrando
E o sertão vai ficando
Com pouca gente presente
É mínima a população
A gente sai do sertão
Mas ele não sai da gente.
São diversos os fatores
Que provocam a saída
Tem os que saem pensando
Que vão melhorar de vida
Como o êxodo continua
Muitos que chegam à rua
Não se adaptam facilmente
À nova situação
A gente sai do sertão
Mas ele não sai da gente.
Uma recordação fica
Impregnada no eu
Que faz lembrar o lugar
Em que a gente nasceu
Vindo do interior
Pra qualquer lugar que for
A pessoa sempre sente
A forte recordação
A gente sai do sertão
Mas ele não sai da gente.
Faz lembrar a passarada
Cantando ao raiar do dia
Os mutirões na colheita
O pote com água fria
Cercas de vara e estacas
Ovelhas, bodes e vacas
Arroz doce e cuscuz quente
As debulhas de feijão
A gente sai do sertão
Mas ele não sai da gente.
Os forrós, as cantorias
Moagens e farinhadas
As canções de serenatas
Nas noites enluaradas
Fava colhida em balaio
O novenário de maio
Pilão, latada e batente
Água trazida em galão
A gente sai do sertão
Mas ele não sai da gente.
Autor: Zé Bezerra
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