Quando a lua prateada
Desponta por trás do monte
Sopra a brisa mais gelada
Do que a água da fonte
Se o movimento não para
A noite não fica clara
E um nevoeiro flutua
De encontro aos que passeiam
Trapos de nuvens vagueiam
Tomando a frente da lua.
Ficam nuvens espalhadas
Vagando no firmamento
Que durante as madrugadas
Empurradas pelo vento
Somem-se no infinito
E tudo fica esquisito
O brilho não continua
Se os raios não clareiam
Trapos de nuvens vagueiam
Tomando a frente da lua.
Pode o clima interromper
Se de nomento mudar
Sendo que venha chover
Não tem como ter luar
É ruim para o andarilho
Ver opaquecido o trilho
Da floresta até a rua
Seus planos se escanteiam
Trapos de nuvens vagueiam
Tomando a frente da lua.
Da meia noite em diante
Se vem uma cerração
As nuvens naquele instante
Provocam escuridão
A lua fica escondida
Fazendo alguma investida
Aparece mais recua
Seu fãs não lhe homenageiam
Trapos de nuvens vagueiam
Tomando a frente da lua.
Ó lua, tu não protestas
Das nuvens amalucadas
Só atrapalhando as festas
Nas noites enluaradas
Teu silêncio recorrente
Inquieta tanta gente
Pra ver a beleza tua
Os boêmios cambaleiam
Trapos de nuvens vagueiam
Tomando a frente da lua.
Autor: Zé Bezerra
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