terça-feira, 25 de agosto de 2020

A BANDEIRA MAIOR DA CANTORIA



Atingiu o final da trajetória 
Mais um vate de estro imensurável 
Foi-se o Pedro Bandeira inigualável  
Resta agora guardá-lo na memória 
Fica eternizada a grande história 
Deste ser laureado de poesia 
Vinte e quatro de agosto foi o dia
Que findou-se esse aedo reluzente 
Não tremula no mastro do repente 
A bandeira maior da cantoria. 

Com oitenta e dois anos de idade 
Morre o célebre neto de Galdino 
Genial repentista nordestino 
Da poética tornou-se majestade 
Imbatível na versatilidade 
E improvisação com maestria 
Foi eleito o príncipe da poesia 
Se agora não é mais ser vivente 
Não tremula no mastro do repente 
A bandeira maior da cantoria. 

Foi político, escritor, advogado 
Mas além disso tudo um repentista
Talentoso e exímio cordelista
Por inúmeras plateias, aclamado
Era ele um homem tão dotado
De virtudes e de sabedoria
Mas aqui deixou tudo que fazia
Para estar numa esfera diferente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.

De espírito telúrico deslumbrante
Destacou-se na sua profissão
Com exponencial inspiração
Emanada de verve abundante
Pelo seu ativismo itinerante
Tendo sempre a viola em companhia
Sua simplicidade reluzia
O seu porte artístico era ascendente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.

Autor: Zé Bezerra

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