Mais um vate de estro imensurável
Foi-se o Pedro Bandeira inigualável
Resta agora guardá-lo na memória
Fica eternizada a grande história
Deste ser laureado de poesia
Vinte e quatro de agosto foi o dia
Que findou-se esse aedo reluzente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.
Com oitenta e dois anos de idade
Morre o célebre neto de Galdino
Genial repentista nordestino
Da poética tornou-se majestade
Imbatível na versatilidade
E improvisação com maestria
Foi eleito o príncipe da poesia
Se agora não é mais ser vivente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.
Foi político, escritor, advogado
Mas além disso tudo um repentista
Talentoso e exímio cordelista
Por inúmeras plateias, aclamado
Era ele um homem tão dotado
De virtudes e de sabedoria
Mas aqui deixou tudo que fazia
Para estar numa esfera diferente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.
De espírito telúrico deslumbrante
Destacou-se na sua profissão
Com exponencial inspiração
Emanada de verve abundante
Pelo seu ativismo itinerante
Tendo sempre a viola em companhia
Sua simplicidade reluzia
O seu porte artístico era ascendente
Não tremula no mastro do repente
A bandeira maior da cantoria.
Autor: Zé Bezerra
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