terça-feira, 21 de julho de 2020

POESIA É TAL E QUAL

POESIA é tal e qual
Um galho de jatobá
Um espinho de jurema
Uma casca de juá
Uma fruta de cardeiro
Uma palha de coqueiro
Um cacho de camará.

É a bolinha  escondida
De um coco catolé
O cheiro da alfazema
A batata de colé
Um caçuá de cipó
A moita de mororó
A flor do amarra-pé.

Tem a maciez de um leito
Pigmentação da flor
Ora é como borboleta
Mas depois fica incolor
Transforma até um bioma
Pra todo efeito é redoma
Pulverizada de amor.

Qual o invólucro do grão
Qual aclive das colinas
Qual melodias de aedos
Qual danças de serpentinas
Qual estratégias de mestres
Qual escarpadas rupestres
Qual resquícios das ravinas.

Qual lareira a crepitar
Qual odes estonteantes
Qual alameda encantada
Qual arautos elegantes
Qual rosas despetaladas
Qual óperas semitonadas
Qual cisnes esvoaçantes.

Autor: Zé Bezerra

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