domingo, 29 de março de 2020
FOI ABAIXO UM CASTELO DE REPENTE
Ano dois mil e vinte, março, o mês
Vinte e dois, um domingo, foi o dia
Pelas dezoito horas falecia
Valdir Teles poeta de altivez
Um enfarto o liquidou de vez
Para todos foi grande o susto, a dor
Ofuscava-se ali o esplendor
De uma estrela de brilho reluzente
Foi abaixo um castelo de repente
Com a morte do grande cantador.
Valdir Teles, um grande repentista
Estupendo por sua cantoria
Um talento incomum da poesia
Foi da arte do verso, um grande artista
Dos famosos encabeçava a lista
Pra cantar tinha ritmo e disciplina
Sua inspiração pura e divina
A tendência era só evoluir
A partida imprevista de Valdir
Enlutou a cultura nordestina.
Foi Valdir passarinho condoreiro
Que voava cruzando o céu azul
Centro - Oeste, Nordeste, Norte e Sul
Cantou muito pelo Brasil inteiro
Viajou a países do estrangeiro
Lá fez shows divulgando bem seu canto
Essa ave canora no entanto
Deus de súbito levou-a ao por do sol
Foi pra mata do céu um rouxinol
Que nas matas da terra cantou tanto.
Valdir Teles foi um dos maiorais
Pela fama tornou-se referência
Cantador de brilhante inteligência
Campeão de inúmeros festivais
Aplaudido em todos os locais
Esse vate autêntico e varonil
Um profissional sábio e gentil
Com seu canto de luz e liberdade
Veio a morte e levou sem piedade
Um dos grandes poetas do Brasil.
O baião, a toada, o ritmo, a voz
Vamos só escutar em seus CDs
Sua imagem através dos DVDs
É agora o que resta para nós
Esse astro ficou sem seus farois
Sem o brilho da luminosidade
O reinado ficou sem majestade
Cada fã com o peito dolorido
E o Nordeste chorando entristecido
Envolvido num manto de saudade.
João Furiba, Heleno Severino
E Antonio França, sentiram um solavanco
Já chamaram Granjeiro e Louro Branco
O Raimundo Cardoso e Zé Galdino
Chicó Gomes e Diniz Vitorino
Já mandaram Antonio Sobrinho ir
Avisar João da Luz para abrir
O portão para o gênio da poesia
E fizeram uma grande cantoria
Lá no céu, na chegada de Valdir.
Autor: Zé Bezerra
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