quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

SOZINHO NA MULTIDÃO

















Junto com muitas pessoas
Numa avenida eu estava
Via ali muitas caras
Mas ninguém pra mim olhava
Senti-me incomodado
Permanecendo calado
Tomei logo a decisão
De ir pra outro lugar
Pois não queria ficar
Sozinho na multidão.

Ao show de um cantor famoso
Fui uma vez assistir
Num clube superlotado
Muita gente a aplaudir
As belas músicas cantadas
Vi pessoas empolgadas
Vibrando de animação
Mas eu nem me animei
Só porque ali fiquei
Sozinho na multidão.

Certa vez marcava um bingo
Em um lugar mais além
De tantos que ali estavam
Não conhecia ninguém
Ali naquele momento
Ao jogo ficava atento
Cartela e lápis na mão
Só ao locutor ouvia
Desse jeito me sentia
Sozinho na multidão.

Lá na Arena Paulista
Quase perco as estribeiras
Quando assistia a um clássico
Entre Santos e Palmeiras
Aquelas duas torcidas
Frenéticas, enlouquecidas
Faziam tremer o chão
Eu sem torcer por nenhum
Findei sendo o número um
Sozinho na multidão.

Então no meio de muitos
Tive sensação ruim
Sem conversar com ninguém
Sem ninguém olhar pra mim
Achei aquilo enfadonho
Ficando um pouco tristonho
Eu cheguei a conclusão
Que isso é coisa que passa
Mas não tem nenhuma graça
Sozinho na multidão.

Autor: Zé Bezerra





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