domingo, 27 de novembro de 2016
NEM BOÊMIO, NEM SERENATA
Com a modernidade de hoje em dia
Há no mundo a maior transformação
Ninguém sai conduzindo um violão
Pra cantar combatendo a nostalgia
Não há mais quem cultive a boemia
Nem no bar, nem na praça, nem na rua
Essa prática acabou, não continua
É passado que foi não se resgata
Hoje não mais existe a serenata
Do boêmio cantando à luz da lua.
Hoje tudo está muito diferente
Do que era quarenta anos atrás
Se tratando de gostos musicais
A sensibilidade está ausente
Só há mais o agito, o ritmo quente
Seja em festa de clube e meio de rua
Quem é da velha guarda só recua
Suportando a saudade que maltrata
Hoje não mais existe a serenata
Do boêmio cantando à luz da lua.
O rapaz que saía à madrugada
Com a sua atitude audaciosa
Pra cantar com a voz melodiosa
Na janela do quarto da amada
Na frieza da noite enluarada
Despertava a jovem seminua
Que ali aumentava a paixão sua
Nos reflexos da lua cor de prata
Hoje não mais existe a serenata
Do boêmio cantando à luz da lua.
Autor: Zé Bezerra
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