Quando começa a chover
Neste sertão nordestino
Desde o idoso ao menino
Todos vibram com prazer
Começando a perceber
No clima a transformação
Vê-se a vegetação
Recebendo um novo terno
É início de inverno
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
Canta alegre a passarada
Na copa do arvoredo
Sertanejo acorda cedo
Ainda de madrugada
Ao ver a terra molhada
Tem grande motivação
Planta a semente no chão
Alegre não se maldiz
Só porque fica feliz
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
A paisagem se renova
No começo das chuvadas
As primeiras enxurradas
Vão trazendo a água nova
Onde o peixe desova
Fazendo a procriação
Vaqueiro veste o gibão
Tange o gado dando grito
Seu aboio é mais bonito
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
O inverno a todos faz
O mais importante bem
Em oito dias já tem
Pasto para os animais
Carro pipa não traz mais
Água ruim de cacimbão
No baixio e chapadão
De repente o mato cresce
A seca desaparece
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
O camponês pra valer
Na terra pronta semeia
Já tendo a cisterna cheia
Com a água de beber
Em pouco tempo vai ter
Que fechar a plantação
De arroz, milho e feijão
Fava e outros cereais
Só algodão não dá mais
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
Quando canta o sabiá
Nambu grita em toda altura
Voa alto a tanajura
Do oco sai um gambá
A minhoca, o embuá
E a gia no cacimbão
O peba escavaca o chão
A rã coaxa no pote
Saltam bodes no serrote
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
Por Zé Bezerra
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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2 comentários:
O Sertão precisa de grandes representantes, homens de convicções firmes e senso apurado, para mostrar ao mundo, inclusive pelos novos meios de mídias, a riqueza deste solo. Zé Bezerra é um destes baluartes, figura impar na ampliação da importância da cultura do Sertão Caboclo, tanto quanto o poeta PORTELA.
Professor José Bezerra! Lembra de mim? Também sou apologista da poesia popular, da cultura nordestina. Li seus poemas. São belos, muito reais. Parabéns pelo blogge. Se o Senhor me permite eu resolvi postar uma estrofe de minha autoria sobre o nosso sertão chuvoso, dentro da sua temática. Algumas rimas assim...
E na festa de padroeiro
Tem muito mais alegria
Festival de poesia
Repentista e violeiro
Tem forró com sanfoneiro
Que é quem anima o salão
Lembrando o rei do baião
O povo então se mistura
È essa a nossa cultura
QUANDO CHOVE NO SERTÃO.
Prof.: Rariosvaldo
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